“Senhor primeiro-ministro pode dar o tom”, diz Assunção Cristas no espaço de refeitório da exploração agrícola Frutas Classe, nas Caldas da Rainha, que estava hoje no roteiro da campanha da coligação. Os dotes musicais do primeiro-ministro são bem conhecidos e, nestas alturas, nunca são desperdiçados. Mas falta alguém.

“Assunção, Assunção, espera lá que falto eu”. Era Paulo Portas que, como acontece às vezes nestas lides de uma caravana com dois protagonistas, tinha ficado para trás a falar distraidamente com este ou aquele. Por isso, antes de dar o tom, como sugerido, Pedro chama Paulo, para ser ele a dar a “primeira nota”.

Agora sim, estamos todos. Começam os “parabéns a você”. Assunção Cristas, número um do CDS no distrito de Leiria e ainda ministra da Agricultura, é bem conhecida ali da zona e, concretamente, dos trabalhadores da Frutas Classe – uma empresa agrícola que viu as suas estufas serem destruídas depois de um temporal. Por isso não é de estranhar que saibam que neste dia 28 de setembro a ministra faz 41 anos. Em plena visita oficial de campanha, o banquete estava montado para receber Assunção.

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Um bolo em forma de morango gigante, outro bolo em forma de pêra gigante, morangos, bolas de Berlim, espumante, vários ramos de flores e muitas palmas. Estava a festa montada.

Ao lado de Passos Coelho, Paulo Portas e Teresa Morais, secretária de Estado da Igualdade e cabeça de lista da coligação por Leiria, a verdadeira protagonista da ação de campanha foi mesmo Assunção Cristas, que conhecia toda a gente e toda a gente a conhecia. Em domínio de agricultura, não há quem a bata.

“É muita fruta”, como disse Passos Coelho assim que chegou ao local do banquete e se deparou com a mesa farta e com as decorações alusivas ao tema – à fruta, leia-se.

Depois de dias repletos de contactos com a população nas ruas do norte do país, a caravana da coligação desceu e veio dar um salto ao Oeste, onde retomou as visitas mais institucionais a explorações agrícolas e empresas de calçado. A condizer com o roteiro menos citadino, Portas voltou a pôr o seu habitual chapéu na cabeça – muito elogiado pelos presentes, comeu morangos, cortou o bolo mas não comeu bolas de Berlim: “Não posso chegar nem perto, bolas de Berlim é que não!”.