A Câmara de Gaia vai criar no próximo ano uma alternativa ao pórtico da A29 em Gulpilhares, depois do impacto “miserável” que teve no concelho, obrigando moradores a recorrer a artérias secundárias ao longo dos últimos cinco anos.

“Foi miserável, nós tivemos consequências porque, ao contrário do que o governo defendeu e aplicou numa série de municípios, a regra em Vila Nova de Gaia não passou por portajar vias que tinham alternativa, passou por portajar uma via que tinha sido construída em cima da antiga EN109”, assinalou o presidente da Câmara de Gaia.

Já durante a campanha para as autarquias em 2013, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues havia proposto a criação de uma alternativa viária à antiga SCUT (sem custos para o utilizador) que em 2010, e apesar dos muitos protestos, passou a contar com portagens.

O anterior autarca, o social-democrata Luís Filipe Menezes, chegou a pedir ao então ministro das Obras Públicas que deslocasse o pórtico para sul a fim de “devolver a necessária paz e tranquilidade dos residentes”.

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A freguesia de Gulpilhares foi uma das mais afetadas pelo movimento pendular dos condutores que optam diariamente por ruas mais estreitas, sem alcatrão ou mesmo sinalização, em detrimento da concessão da Costa de Prata, ou A29, que liga o Porto a Estarreja.

Cinco anos volvidos, e com o pórtico da A29 a cobrar taxas entre os 0,45 euros e 1,10 euros, Gaia conseguiu uma solução que, no sentido norte-sul, passa pela construção de um desvio que una o troço ainda em funcionamento da EN109 à entrada da Rua das Ameixoeiras que liga à via rápida.

Para o efeito está em curso “uma expropriação amigável, com valores razoáveis de aquisição da parcela de terreno remanescente” (cerca de seis mil euros), estando também “programado para o Plano e Orçamento de 2016 o valor da obra que ascende a cerca de 125 mil euros”.

“Vamos mesmo avançar para a alternativa”, garante Vítor Rodrigues assinalando que embora aceite que “na via rápida possa haver portagem para pesados e quem faça o atravessamento metropolitano”, tal situação “não faz sentido nenhum” para os moradores.

Em termos de prazos, o presidente da autarquia disse não poder ignorar “que há um conjunto de procedimentos burocráticos e concursos que são sempre penosos”, mas assegura que esta será uma “obra rápida” e que deverá estar concluída “a meio do próximo ano”.