Há gerações que não conviveram com o vinil. Ele existia, estava lá por casa, era do pai, do irmão mais velho, estava empoeirado na estante. Mas as alternativas, primeiro a cassete (tantas vezes gravada de uma gravação que alguém regravou de um terceiro, que tinha gravado directamente da rádio; a cassete era uma verdadeira comunidade de plástico e fita), depois o CD, o MiniDisk e depois o digital, não lhe tirando o encanto que tem, retiraram-lhe o uso.
https://www.youtube.com/watch?v=6vre6mYg7QE
É a isto que soa um vinil. Volta e meia, lá encontramos um disco à venda, numa loja, na feira de rua, queremo-lo, e atrás desse lá se recuperam os outros, os tais empoeirados da estante, e escuta-se-lhes aquele som da agulha a deslizar no disco, a pulsastes 33, 45 ou 78 rotações por minuto, e, subitamente, a canção (que se escuta, não se vê) ganha tons do passado – até para quem só o viveu na era da cor.
Mas romantismos à parte, quem nunca se questionou: como é que a agulha do gira-discos lê o vinil? Ben Krasnow, um verdadeiro “geek” (e dizemo-lo com o maior do respeito) da ciência e da electrónica, explicou-nos tintim por tintim.
E para isso fez uso do enorme microscópio electrónico que tem na garagem lá de casa. Krasnow aumentou em mil vezes a imagem de um pedaço de vinil (foi preciso dividi-lo em pequeníssimas partes e desmagnetizá-las), construiu uma agulha para o efeito, e fez o disco girar.
O resultado é uma “aula” (nada aborrecida!) que vai agradar aos revivalistas e à miudagem que nunca fez uso de um vinil.