Desde o começo da crise dos refugiados, que tem abalado a Europa nos últimos meses, a Alemanha tem sido palco de diversas manifestações contra os estrangeiros que entram  no país e de ataques contra centros que albergam os refugiados.

Mas as manifestações xenófobas enchem também as redes sociais. Por isso, o Bild, que é o jornal mais lido da Alemanha, iniciou, esta terça-feira, uma campanha, com o nome “O Pelourinho da Vergonha”, para condenar e acabar com a difusão de publicações deste tipo. Segundo conta o El Pais, o jornal divulgou um total de 43 mensagens publicadas no Facebook e Twitter, com as fotos e nomes dos respetivos autores. As publicações têm como alvos não só os refugiados mas também políticos e jornalistas.

A Alemanha está indignada: abertamente e com nome e apelido difundem-se nas redes sociais como o Facebook ou Twitter incitamentos à violência contra estrangeiros, políticos, jornalistas e artistas. O que semeia ódio colhe violência… a liberdade de expressão ou a sátira converteu-se há muito num incitamento a cometer delitos graves ou assassinatos: o Bild diz basta e exibimos os agitadores no pelourinho.”

Entre as mensagens publicadas encontram-se, por exemplo, uma escrita por Andrej Mirow que classifica Claudia Roth, dirigente do partido Os Verdes e vice presidente do Bundestag (parlamento alemão), como “porca fascista verde” exigindo a forca para a política. Já Jürgen Trotsmann falou de Thomas de Mazière, ministro do Interior, descrevendo-o como um “rato” que quando o “povo castigar os seus traidores” será condenado ao inferno.

Mas as demonstrações de violência não se ficam pelas redes sociais. Segundo o diário espanhol, ainda esta semana o autarca da cidade de Leipzig, Burkhard Jung, recebeu uma fotografia com uma parede onde estava pintada a frase “Jung vamos-te matar”. Este tipo de ameaças têm atingido, na sua maioria, os políticos que apoiaram publicamente a entrada de refugiados no país germânico. Exemplo disso mesmo foi o ataque contra Henriette Reker, candidata independente à câmara de Colónia, por parte de um alemão de 44 anos que pertenceu a uma organização neonazi.

Por isso, e apoiando a campanha do Bild, Thomas Mazière afirmou que todo país deve rejeitar as mensagens de ódio, que classificou como “intoleráveis”. Para além disto o ministro explicou que “quem se cala perante isto, também está a tomar uma decisão. Um patriota ama o seu país e não odeia os outros.”

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