Injetar espírito empreendedor nos laboratórios. Quando o assunto passa por transformar a investigação em negócios, não restam dúvidas: “empreendedores e investigadores, por favor, comecem a conversar”, pediu Stavriana Kofteros, especialista em empreendedorismo e diretora do Founder Institute no Chipre, à plateia de um dos auditórios onde decorre o iCT 2015 – o maior evento de tecnologia da Europa, organizado pela Comissão Europeia.

Para Stavriana, “é preciso injetar espírito empreendedor” nas equipas de investigação, para que a inovação saia do laboratório e chegue à comunidade. “Se não fizerem isto, ela fica lá”, diz, lembrando que antes de qualquer outra coisa, os investigadores devem pensar nos utilizadores. São eles o alvo da inovação. São eles que compõem o mercado.

“O mercado são os consumidores. Se estás a produzir inovação que vai ajudar o consumidor, então tens mercado. E é a pensar desta forma que introduzes espírito empreendedor nos laboratórios”, refere.

Eurico Neves, presidente da Inova+, empresa portuguesa especializada no apoio ao crescimento das organizações, através da inovação, internacionalização e acesso a financiamentos, concorda que é preciso aproximar a ciência às startups, sublinhando que “há um problema cultural na Europa: temos falta de empreendedores”.

Para o presidente da Inova+, é preciso que os investigadores trabalhem com base nos utilizadores. “Os projetos têm de começar no mercado para acabarem no mercado. Precisamos de chegar aos utilizadores e trazê-los para o projeto”, refere. E acrescenta: “Temos falta de smart money [capital investido por quem tem conhecimento da área de negócio] na Europa”.

O ICT 2015 foi organizado pela Comissão Europeia e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e decorreu entre 20 e 22 de outubro, pela primeira vez em Lisboa. Estiveram presentes no Centro de Congressos cerca de sete mil pessoas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR