Sem avançar nada sobre o acordo por ser “desleal” para com o PS, Jerónimo de Sousa disse esta noite que não faz “futurologia” sobre se um Governo à esquerda aguentaria quatro anos no poder. O que se sabe é que medidas “positivas” de um Governo do PS serão passadas pelo PCP no Parlamento, mas medidas “negativas” não serão subscritas pelos comunistas. 

“Nunca vi nenhum Presidente da República, em nenhuma situação, impor como condição uma garantia para quatro anos”, disse Jerónimo de Sousa.

Mesmo sem avançar quaisquer medidas negociadas com o PS, Jerónimo de Sousa em entrevista à TVI24 afirmou que “o acordo está bem encaminhado”, embora tenha mostrado esta noite que o PS está a negociar com o BE e com o PCP separadamente, já que sublinho que “a Catarina, é a Catarina”, referindo-se às medidas como o aumento do salário mínimo reveladas esta semana pela bloquista. 

“O PCP mantém a sua ideologia. Naturalmente não abdicamos de coisa nenhuma, da nossa natureza e da nossa identidade”, assegurou Jerónimo de Sousa, reafirmando que os comunistas não vão integrar o Governo – “o PCP não anda à procura de lugares nem de privilégio” – e pretendem dar apenas um apoio parlamentar a um Governo à esquerda.

Jerónimo de Sousa garantiu ainda que as conversações com o PS só começaram no dia 7 de outubro e não houve quaisquer comunicações entre os dois partidos até essa data, incluindo telefonemas. Dentro do PCP, sobre o acordo, Jerónimo de Sousa não jura “que não exista descontentamento”, mas reafirmou que o Comité Central permitiu que as negociações continuassem.

Sobre um Governo de gestão, o líder do PCP disse que essa situação criaria uma “instabilidade que duraria meses a fio”. Ainda sobre o discurso de Cavaco Silva na quinta-feira, altura em que indigitou Passos Coelho, Jerónimo de Sousa votou a reprovar as considerações do Presidente. “Foi o pior discurso de um Presidente da República desde 1974. Mostrou arrogância e foi discriminatório”, afirmou o líder comunista.

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