Daniel Scioli venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Argentina, de acordo com uma sondagem realizada à boca das urnas e divulgada pela cadeia de televisão C5N após o encerramento das mesas de voto. A sondagem não esclarece se Scioli, que pretende suceder a Cristina Kirchner, conseguirá ser eleito já.
O candidato da Frente para la Victoria, que disputa a presidência com o oposicionista Mauricio Macri, apoiado pelo Cambiemos e governador de Buenos Aires, precisa de obter 45% dos votos, ou mais de 40% com uma vantagem de dez pontos percentuais em relação ao segundo na corrida, para evitar ter de ir novamente a votos, a 22 de novembro. Neste cenário, será a primeira vez que umas eleições presidenciais na Argentina exigem uma segunda volta desde que a democracia foi reimplantada no país, em 1983.
As eleições presidenciais argentinas, as primeiras nos últimos 12 anos em que não houve membros da família Kirchner a concorrer para inquilino da Casa Rosada, estão a ser disputadas, ainda, por um dissidente peronista, o partido da atual presidente. Sergio Massa, antigo chefe de gabinete de Cristina Kirchner, terá ficado em terceiro lugar na votação. Os media argentinos referem que 70% dos eleitores argentinos terão ido votar, percentagem equivalente a 22 milhões de pessoas.
Os cidadãos argentinos votaram, também, para escolher o vice-presidente, metade dos 257 membros da câmara baixa do Congresso, um terço dos 72 elementos do Senado, além dos governadores das 11 províncias em que o país está dividido. Na Argentina, a possibilidade de os resultados virem a revelar-se muito próximos suscita o receio de acusações de fraude. Citado pela Bloomberg, Alan Clutterbuck, presidente da Fundacion RAP, afirmou: “Podemos vir a ter uma situação em que uma diferença de dois ou três pontos percentuais obriga a uma recontagem e entramos numa situação ‘Al Gore/Florida’ que pode provocar uma disputa legal que, finalmente, poderá subir até ao Supremo Tribunal”.
A corrida para a sucessão de Cristina Kirchner envolve seis candidatos. Além de Scioli, Macri e Massa, também se apresentaram às eleições Margarita Stolbizer, dos Progresistas, Nicolás del Caño, do FIT, e Adolfo Rodríguez Saá, do Compromiso Federal.