Angela Merkel corrigiu este domingo o prognóstico do número de refugiados que o seu país irá receber ainda este ano. De acordo com a chanceler alemã, a Alemanha deverá albergar um milhão em vez dos 800 mil previstos até agora, noticia o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Segundo o jornal, Angela Merkel fez esta previsão no domingo passado na mini-cimeira entre a União Europeia e os Balcãs sobre a crise dos refugiados, onde estavam representantes de 13 dos países-membros da UE e dos países balcânicos. O jornal adianta que a chanceler alemã chegou a afirmar aos seus parceiros que se não conseguirem conter os fluxos migratórios devem fechar-se as fronteiras.

Angela Merkel abriu no sábado uma ronda de negociações entre os parceiros da grande coligação — União Cristã Democrata (CDU), União Social Cristã da Baviera (CSU) e o Partido Social Democrata (SPD) — para tentar encontrar soluções que permitam um fluxo ordenado das sete mil a dez mil pessoas que diariamente chegam à Alemanha através da Áustria.

Após as negociações com os parceiros, que decorreram em separado, seguiu-se um encontro com o líder da CSU, Horst Seehofer, que, nos últimos dias, fez um ultimato à chanceler para conter a chegada de requerentes de asilo. Merkel, Seehofer e o líder do SPD, Sigmar Gabriel, abriram este domingo uma nova ronda de negociações, já a nível de chefes de partido, para acordar soluções para lidar com as brechas surgidas na coligação.

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A CSU da Baviera exige a implementação de zonas de trânsito na fronteira para avaliar os pedidos de asilo de quem pretende entrar no país. O SPD rejeita essa possibilidade, porque considera que isso implicaria a criação de enormes prisões, onde ficariam detidos os que chegam à Alemanha à procura de asilo.

“Não podemos aceitar a criação de zonas de trânsito, na realidade centros de detenção com dimensões de estádios de futebol”, disse o líder dos sociais-democratas alemães e vice-chanceler do executivo germânico, Sigmar Gabriel, após a reunião com o seu partido, no sábado.

O SPD apresenta como alternativa estabelecer centros de registo de refugiados espalhados por todo o país, onde seriam coordenados os processos de avaliação.