Cerca de 11 mil turistas russos regressaram do Egito ao seu país nas últimas 24 horas, depois de Moscovo ter suspendido os voos, na sequência do desastre do avião da companhia russa Metrojet, avançaram hoje autoridades.
“Nas últimas 24 horas, cerca de 11 mil pessoas já regressaram”, disse o vice-primeiro-ministro, Arkady Dvorkovich, aos jornalistas, acrescentando que mais pessoas deverão regressar hoje ao final do dia.
“Hoje é o dia mais movimentado nesse sentido”, disse o governante, no aeroporto Vnukovo, situado nos arredores de Moscovo.
O governante explicou que a Rússia está a enviar equipas de peritos para inspecionar os aeroportos do Egito, averiguando se a segurança precisa ser reforçada.
Apesar de descartadas inicialmente as suspeitas de atentado contra o avião que se despenhou a 31 de outubro, na península do Sinai, com 224 pessoas a bordo, a Rússia suspendeu na sexta-feira todos os voos com o Egito.
As autoridades disseram no sábado que cerca de 80 mil turistas russos ainda se encontravam no Egito, sobretudo na estância balnear de Sharm el-Sheikh e Hurghada, e que estes poderiam regressar de acordo com o seu ritmo.
Seguindo os passos da Grã-Bretanha, a Rússia disse que os turistas que regressam ao país viajarão sem a sua bagagem, que seguirá separadamente.
Já hoje de manhã, o ministério de Defesa da Rússia enviou dois aviões militares de carga Il-76 ao Egipto para recolher bagagens dos turistas russos, tendo um deles já partido de Hurghada dom destino a Moscovo com cerca de 30 toneladas de bagagens.
O Kremlin insistiu hoje que a decisão de suspender os voos não significa que Moscovo acredite que o acidente tenha sido causado por um ataque deliberado.
Entretanto, também hoje, o Primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que não devem ser descartadas quaisquer hipóteses, mas considerou que a possibilidade de um atentado é “naturalmente levada muito a sério”.
“Não devemos rejeitar qualquer hipótese, mas é claro que a hipótese de ataque é levada muito a sério”, disse o Primeiro-Ministro, numa entrevista, onde afirma estar-se “diante de uma ameaça de grande magnitude sem precedentes”.
“Enfrentamos um inimigo externo e um inimigo interno, em setores que estão naturalmente na Síria e no Iraque, e todos os dias os nossos serviços de inteligência param e chamam indivíduos que possam representar um perigo”, disse.
O Egito resistiu à tese de um ataque à bomba no acidente do avião russo, que foi reclamado pelo movimento radical do Estado Islâmico.