Pedro Passos Coelho já avisou que vai regressar ao Parlamento e Paulo Portas vai seguir-lhe o exemplo. Mas não serão os únicos. Vários eleitos do PSD e do CDS que assumiram lugares neste executivo de curta duração, voltam para assumir o mandato como deputados e deputadas. Incógnitas sobre futuro de ministros e secretários de Estado há poucas, com quem não tem lugar na Assembleia a regressar à sua atividade profissional.
Há 19 membros do Governo, contando com o primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro, que foram eleitos deputados e transitaram no final de outubro para o Governo que termina esta quinta-feira – alguns nem chegaram a tomar posse na Assembleia já que também faziam parte do primeiro Governo de Passos Coelho e ficaram sempre em funções. Agora, o regresso é quase certo para grande parte destes governantes que incluem Maria Luís Albuquerque, José Pedro Aguiar-Branco, Marques Guedes, Fernando Negrão, Teresa Morais, Carlos Costa Neves, Mota Soares (CDS) e Assunção Cristas (CDS).
Também Jorge Moreira da Silva e Margarida Mano estão nesta situação. Apesar de Jorge Moreira da Silva não ter estado nos últimos anos no Parlamento, o agora ex-ministro do Ambiente vai assumir o cargo como deputado e deverá ter destaque na bancada social-democrata já que é um dos homens da confiança de Passos Coelho e vice-presidente do PSD. Já Margarida Mano, eleita como independente nas listas de Coimbra, vai entrar pela primeira vez no Parlamento como deputada – já lá esteve no debate do programa de Governo como ministra -, tendo suspendido funções como vice-reitora da Universidade de Coimbra quando foi eleita.
Dos secretários de Estado, estão ainda de regresso Emídio Guerreiro, Manuel Luís Rodrigues, Virgílio Macedo, Pedro do Ó Ramos, Luís Campos Ferreira, José Cesário e João Almeida (CDS).
Há também ministros que não estavam nas listas da coligação no dia 4 de outubro e ficam agora sem cargo político. Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, é um desses casos e deverá voltar a assumir funções como advogado na PLMJ, ocupação profissional que manteve entre 2002 e 2013, altura em que integrou o Governo. Também João Calvão da Silva, que teve um curto – mas polémico – mandato como ministro da Administração Interna, deverá voltar para a Universidade Católica onde é professor catedrático.
Em outubro, Miguel Poiares Maduro, Pires de Lima, Paulo Macedo, Nuno Crato, Paula Teixeira da Cruz e Anabela Rodrigues abandonaram o executivo. Paula Teixeira da Cruz escolheu voltar para o Parlamento e era a única que integrava as listas da coligação Portugal à Frente. Ao Observador, Pires de Lima disse que ia fazer uma pausa de alguns meses e deveria regressar à atividade económica. Já Miguel Poiares Maduro regressou para o Instituto Universitário Europeu, em Florença, onde é professor de Direito.
Outros governantes que integraram o anterior Governo também regressaram à sua vida profissional como Vítor Gaspar. O antigo ministro das Finanças que pertencia originalmente aos quadros do Banco de Portugal, foi nomeado em novembro de 2013 para a presidência do Grupo de Alto Nível para a Tributação da Economia Digital por Durão Barroso e mais tarde, em 2014 foi escolhido para chefiar o departamento de assuntos orçamentais do FMI. Também Álvaro Santos Pereira, que era professor universitário até ser ministro da Economia, viu a sua vida mudar depois da sua passagem pelo Governo. No início de 2014, foi escolhido para liderar o departamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que faz a ponte com os ministérios das Finanças e Economia dos países que fazem parte desta instituição. Miguel Macedo chegou a assumir o lugar de deputado depois de ter saído do Governo, mas o escândalo dos vistos gold fez com que fosse afastado das listas da coligação e agora é arguido nesse processo.