Segundo uma investigação da BBC, divulgada no domingo, a empresa de ‘marketing’ desportivo ISL terá pagado um total de 100 milhões de dólares a membros do organismo máximo do futebol mundial, incluindo ao ex-presidente da FIFA João Havelange e ao antigo executivo Ricardo Teixeira, tendo obtido em troca os direitos televisivos e de ‘marketing’ durante os anos 1990.

Blatter tem vindo a garantir desconhecer os pagamentos, mas a emissora adianta ter tido acesso a uma carta obtida pelo FBI que levanta dúvidas relativamente à sua negação. A carta refere-se aos pagamentos do ISL e alegadamente foi escrita por Havelange, que nota que Blatter tinha “pleno conhecimento de todas as atividades” e que era “sempre informado” delas.

Blatter foi o ‘número dois’ de Havelange antes de assumir o seu lugar, ou seja, a presidência da FIFA, em 1998. Segundo a emissora BBC, Blatter declinou responder às suas alegações. Blatter, que foi suspenso em outubro por 90 dias pelo comité de ética da FIFA, deve deixar o cargo em fevereiro próximo.

Além da referida investigação por parte dos Estados Unidos, Blatter também se tornou alvo de uma investigação criminal da Suíça por suspeita nomeadamente de gestão danosa do organismo máximo do futebol mundial e pelo pagamento de dois milhões de dólares, feito em 2011, ao seu eventual futuro sucessor, o presidente suspenso da UEFA, Michel Platini.

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A investigação suíça levou o organismo de ética da própria FIFA a lançar um inquérito ulterior. Os investigadores da FIFA finalizaram a sua investigação em novembro, entregando as provas aos juízes da comissão de ética, os quais deve emitir um veredicto este mês.

Platini está implicado na mesma investigação, tendo os investigadores apelado para que seja irradiado das instâncias futebolísticas, desconhecendo-se o castigo pedido contra Blatter.

O antigo internacional francês, de 60 anos, está suspenso de toda a atividade ligada ao futebol até 05 de janeiro de 2016 e o seu processo de candidatura à presidência da FIFA, que terá eleições a 26 de fevereiro, encontra-se também em suspenso.

A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

Na semana passada, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou a existência de 16 novos acusados no âmbito do escândalo de corrupção, oito dos quais admitiram a sua implicação no caso.