O presidente demissionário da FIFA, a cumprir 90 dias de suspensão, disse hoje que “está encerrado” o caso das suspeitas de envolvimento num suborno de 100 milhões de dólares a membros do organismo que rege o futebol mundial.

Segundo uma investigação da BBC, divulgada no domingo, a empresa de ‘marketing’ desportivo ISL terá pagado um total de 100 milhões de dólares a membros da FIFA, incluindo ao ex-presidente João Havelange e ao antigo executivo Ricardo Teixeira, tendo obtido em troca os direitos televisivos e de ‘marketing’ durante os anos 1990.

“O caso está encerrado. Foi resolvido em tribunal e pelo Comité de Ética”, disse o suíço Joseph Blatter, numa entrevista ao diário japonês Nikkei.

Na sua investigação, a BBC revelou ter tido acesso a uma carta obtida pelo FBI que levanta dúvidas relativamente ao desconhecimento de Blatter sobre o caso.

A carta refere-se aos pagamentos do ISL e alegadamente foi escrita por Havelange, que nota que Blatter tinha “pleno conhecimento de todas as atividades” e que era “sempre informado” delas.

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Na entrevista ao Nikkei, Blatter criticou as autoridades suíças por não o terem informado antecipadamente das primeiras detenções de responsáveis da FIFA, em maio, que desencadearam o escândalo que assola o organismo a que ainda preside.

Blatter, que disse esperar regressar às suas funções executivas “nas próximas semanas”, admitiu que foi confrontado com “um tsunami” quando teve conhecimento das detenções de maio.

“As autoridades suíças podiam ter-me informado que ia acontecer um caso desta dimensão. Fiquei chocado, com o que aconteceu e o que continua a acontecer em várias confederações”, admitiu Blatter.

O dirigente suíço frisou, no entanto, que não pode ser responsabilizado moralmente por ações de membros do comité executivo, quando não tem o poder de os admitir ou demitir.