José Sócrates vai dar a sua primeira entrevista televisiva esta segunda-feira, dia 14, na TVI. Depois de dois adiamentos — a entrevista esteve prevista para os dias 22 de novembro, um ano depois da sua detenção, e depois para 29 –, o ex-primeiro-ministro fala só agora já com a situação política nacional estabilizada: existe um Governo do PS apoiado pelo PCP e pelo Bloco, com alguns socráticos no executivo, entre eles o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o secretário de Estado da Presidência, um dos seus advogados, Miguel Prata Roque.

A entrevista vai passar no fim do Jornal das 8 e será longa. Terá quatro grandes blocos, divididos da seguinte forma: o ano que passou na prisão, de 21 de novembro de 2014 a 4 de setembro deste ano em Évora e depois até 16 de outubro em prisão domiciliária com vigilância policial; a corrupção e as várias suspeitas que recaem sobre si levantadas ao longo da investigação da ‘Operação Marquês’; a origem do dinheiro, ou seja a natureza dos alegados empréstimos do seu amigo Carlos Santos Silva; e a política, onde obviamente estará em destaque a subida de António Costa a primeiro-ministro, apesar da derrota eleitoral do PS, num Governo apoiado pela esquerda.

Durante o período em que esteve detido, José Sócrates fez várias declarações a vários meios de comunicação social, mas sempre por escrito e sem direito a contraditório. Desde que está em liberdade, apenas com Termo de Identidade e Residência e restrições de contacto com outros arguidos do processo, o ex-primeiro-ministro participou já em duas conferências/palestras. Uma na Casa das Artes e Cultura em Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, sobre o tema “Política e Justiça”, e outra em Vila Real, a convite dos autarcas do PS local.

José Sócrates é suspeito de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. A acusação do Ministério Público não está ainda concluída pelo Ministério Público e só deverá ser conhecida ao longo de 2016.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR