Apesar de já ter deixado claro que é a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, e que vai fazer campanha a favor disso mesmo no referendo deste ano, o primeiro-ministro britânico confirmou que vai dar liberdade aos seus ministros para decidirem de que lado do debate se querem posicionar.
No entanto esta decisão pode não ter sido pacífica. O Telegraph conta que o governante tem estado sob intensa pressão, nas últimas semanas, para permitir os ministros que defendam a saída do Reino Unido a fazer campanha livremente.
O que terá levado à cedência foi a ameaça de demissões no gabinete do Governo. Em concreto, Chris Grayling, ministro da Justiça, e Theresa Villiers, ministra para a Irlanda do Norte, terão informado o primeiro-ministro que defendiam o chamado Brexit tentando que este lhes permitisse realizar campanha nesse sentido. Ora, David Cameron terá ficado convencido que, pelo menos, Grayling se demitiria se não lhe fosse concedida a permissão de convencer os ingleses das suas convicções, revela o Telegraph.
No entanto o mesmo jornal refere que Downing Street desmentiu que a demissão de Grayling tenha sido discutida no encontro entre este e Cameron na passada segunda-feira.
Mesmo assim, esta terça-feira, na Câmara dos Comuns, Cameron confirmou a cedência à pressão interna: “Tal como indiquei antes do Natal, vai haver uma clara posição governamental, mas vai haver abertura para que os ministros individualmente tomem uma posição pessoal diferente, enquanto continuam a fazer parte do Governo”.