O Ministério das Finanças espera um crescimento de 2,1% da economia portuguesa este ano, 0,3 pontos percentuais a menos do que indicava Mário Centeno no estudo macroeconómico anexo ao programa de Governo da esquerda em outubro. O número é hoje divulgado pelo Correio da Manhã, indicando mesmo assim a mesma meta para o défice público: 2,7% em 2016.
Os dados serão a base do Orçamento do Estado de 2016, que o Governo prometeu entregar – nas suas linhas gerais – em Bruxelas até meio de janeiro, para avaliação prévia de Bruxelas (obrigatória pelas regras do semestre europeu). E incluirão já as expectativas menores de crescimento revistas por várias instituições, da Comissão Europeia ao Banco de Portugal – sendo que ambos estimam um crescimento do PIB ainda menor, de 1,7%.
A diferença é que o Governo conta com os efeitos da devolução de rendimentos a muitos portugueses, já iniciada pela maioria de esquerda – o que não está incorporado nem analisado pelas restantes instituições. O plano inicial do PS indicava uma medida de forte estímulo ao crescimento (a diminuição da TSU), entretanto anulada pelas negociações com PCP e BE. Mas estas negociações introduziram novos elementos que também não estavam previstos pelo novo ministro das Finanças – ainda que de efeito tendencialmente menor: mais rápida devolução dos salários do Estado, também da sobretaxa (mas só para escalões mais baixos) e de pensões.