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Adiós. Pai de Lopetegui confirma saída

Este artigo tem mais de 5 anos

Fim de linha para Julen Lopetegui no comando do FC Porto. O pai do treinador já confirmou a sua saída ao MaisFutebol - e culpa os adeptos pela "pressão" causada.

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SVEN HOPPE/EPA

SVEN HOPPE/EPA

Julen Lopetegui vai sair do FC Porto, confirmou o seu pai, Jose António Lopetegui, ao MaisFutebol. “O Julen aceitou a decisão de ir embora porque já não aguentava a pressão dos adeptos. Criaram um ambiente muito desagradável” afirmou Jose Lopetegui à publicação, que acrescenta ainda que o treino desta sexta-feira será orientado por Rui Barros, o seu adjunto. A confirmação oficial é esperada a qualquer momento.

O primeiro órgão a avançar que o treinador espanhol estaria de saída do FC Porto foi o jornal espanhol As. Segundo a publicação, o empate caseiro frente ao Rio-Ave, esta quarta-feira, terá sido a gota de água para a SAD do clube. O ambiente tenso em volta da equipa (que tem vindo a ser assobiada no Estádio do Dragão, onde já se viram várias vezes lenços brancos) pode ter precipitado a decisão. A TVI diz mesmo que o treinador está neste momento reunido com Pinto da Costa para acertar os termos da rescisão, o que o clube não confirma. Já a Marca escreve que a decisão está por horas, ao passo que o JN a saída como certa e acrescenta que o treino matinal desta sexta-feira será à porta fechada.

O FC Porto ainda não informou da saída do treinador espanhol – que antes de vir para Portugal orientava a seleção sub-21 espanhola – à CMVM, mas o jornal madrileno avança que a decisão de demitir Julen Lopetegui já terá sido comunicada ao treinador pela SAD do clube. O técnico tem contrato até final da época 2016/2017, tendo dito no final do jogo com os vilacondenses que se sentia “com força” para continuar.

No treino matinal desta quinta-feira, orientado pelo treinador espanhol, não estiveram presentes nem Pinto da Costa nem Antero Henriques, que habitualmente deslocam-se ao treino da equipa após as derrotas. Tal aconteceu, por exemplo, após a recente derrota dos dragões em Alvalade, para o Campeonato.

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O desafio do FC Porto e de Pinto da Costa é encontrar substituto para o técnico espanhol: tudo porque o clube já terá acordo para o regresso de André Villas Boas ao clube no final desta temporada, quando o treinador português deixar os russos dos Zenit de São Petersburgo, que já afirmou publicamente que queria vir para Portugal por “causa da família”. Até lá, os destinos do FC Porto podem ser entregues (de novo) a Luís Castro, que atualmente está a frente da equipa B, que lidera a II Liga e tem feito boas exibições. Castro já dirigiu a equipa principal após a saída de Paulo Fonseca na época de 2013/2014.

Segundo o jornal As, Nuno Espírito Santo (ex-treinador do Valência e ex-jogador do FC Porto) é outro dos nomes equacionados pela SAD dos dragões para substituir Julen Lopetegui. A Marca acrescenta ainda o nome do ex-treinador do clube (e tri-campeão nacional pelo FC Porto) Jesualdo Ferreira.

Da saída da Liga dos Campeões ao Rio Ave

O desfecho, a confirmar-se, parece inevitável, dadas as últimas prestações do FC Porto. Os dragões vêm de uma série de três jogos sem vencer: perderam dois (0-2 com o Sporting no estádio José Alvalade, para o campeonato, e 1-3 no Estádio do Dragão, contra o Marítimo, para a Taça da Liga) e empataram esta quarta-feira em casa, contra o Rio-Ave, 1-1. A esta série pouco normal de resultados negativos da equipa azul e branca tem de se acrescentar o afastamento prematuro da Liga dos Campeões: a duas jornadas do fim da fase de grupos, o FC Porto apenas precisava de um ponto para passar aos oitavos, mas perdeu em casa com o Dínamo de Kiev na penúltima jornada e foi derrotado em Londres, pelo Chelsea. Foi na receção desse jogo que surgiram os primeiros protestos: os adeptos receberam a equipa de madrugada sob fortes assobios.

https://www.youtube.com/watch?v=5nWTuWER4R4

No campeonato, a equipa do FC Porto encontra-se agora na segunda posição, com os mesmos pontos do terceiro classificado, o Benfica, mas já a 4 do líder, Sporting. A continuidade na Taça da Liga ficou em causa após a derrota caseira com os maritimistas, mas o clube continua na Taça de Portugal, onde é o único dos 3 grandes ainda em competição. E tem, claro, a Liga Europa (que já conquistou duas vezes) para se continuar a afirmar em termos europeus, ainda que o adversário não seja fácil: o sorteio ditou um confronto com os alemães do Dortmund.

As críticas ao treinador, que já vinham da época passada, na qual não conquistou qualquer título — o que não acontecia há 26 anos, desde a época 88/89, com dois técnicos, Quinito e Artur Jorge — começaram a seguir à saída da ‘Champions’. Mas avolumaram-se após a derrota em Alvalade (a equipa e o treinador foram recebidos de forma muito crítica pelos adeptos no Dragão), não só pelo resultado, como pela forma como os jogadores entraram para a segunda parte, quando perdiam apenas por 0-1. Afinal o FC Porto tinha ido a casa dos leões na condição de líder, não por mérito próprio mas por demérito do adversário, que tinha perdido com o União da Madeira por 0-1.

Na Taça da Liga, Lopetegui mudou a equipa, desvalorizando a prova e a derrota pesada em casa enfureceu os adeptos. Com um ambiente muito tenso, os SuperDragões, a principal claque portista, emitiu um comunicado antes do jogo com o Rio Ave em que pedia contenção nos protestos, usando uma expressão curiosa: “assobiar, com moderação”.

Boicote dos adeptos?

A edição do Expresso Diário desta quinta-feira contava contudo que esta moderação dos adeptos foi conseguida a muito custo. Os adeptos teriam em curso um boicote ao jogo com o Rio Ave (de facto, via-se pouca gente no estádio, menos de 20 mil pessoas), que terá sido evitado pelo administrador da SAD Reinaldo Teles e pelo líder dos SuperDragões, Fernando Madureira. O artigo do Expresso contava também que Lopetegui já não tinha apoio dos jogadores (apesar dos 5 compatriotas) e que na administração do clube apenas Pinto da Costa o segurava, uma vez que nenhum dos restantes administradores defendia a sua continuidade (Adelino Caldeira, Fernando Gomes e o já citado Reinaldo Teles), nem sequer Antero Henriques, o diretor-geral da SAD.

Logo após o jogo com o Rio Ave, alguns adeptos famosos manifestaram-se de imediato. A começar por Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, muito crítico no Facebook, tal como Kalu, o baterista dos Xutos&Pontapés.

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Entre os maiores defensores do desempenho de Julen Lopetegui esteve… Jorge Jesus. O treinador do Sporting veio a público defender a prestação do treinador espanhol, após a partida de Alvalade, contestando ainda a diferença de tratamento da comunicação social face às más prestações do espanhol e às más prestações de outros (leia-se Rui Vitória). O treinador do Sporting disse: “Gostei muito da equipa do Porto, em todos os momentos do jogo”. “É uma equipa que estava em primeiro. Vejo tantos atrás a quem não fazem as mesmas perguntas” afirmou. Lopetegui respondeu: “Concordo com ele. Tem razão em tudo o que disse”.

Os dois, porém, nem sempre se deram bem. Na época passada (a primeira de Lopetegui no FC Porto) os dois estiveram envolvidos em várias polémicas. O atual treinador do Sporting, que orientava então o Benfica, trocou o nome do treinador espanhol e no final de uma partida no Estádio da Luz, que opôs Jesus e Lopetegui, quase se envolverem em confrontos físicos.

Primeira época, zero títulos

A contratação do treinador espanhol foi anunciada pelo FC Porto a 6 de maio de 2014, quando assinou um contrato válido por 3 temporadas. À data, Pinto da Costa justificou a escolha com palavras muito elogiosas.

“É uma escolha que não precisa de muita explicação, porque Lopetegui tem uma carreira vitoriosa em Espanha e nele depositamos a máxima confiança. (…) Era a minha primeira, segunda e terceira opção. Não dei margem para Lopetegui dizer que não”.

Mas logo a primeira temporada não correu de feição ao espanhol: os dragões não venceram qualquer título, tendo ficado em segundo lugar do campeonato, a 3 pontos do Benfica, que se sagrou campeão com 85 pontos. Na Taça de Portugal, os dragões não passariam da terceira eliminatória, sendo eliminados pelo Sporting de Marco Silva em pleno Estádio do Dragão, por 1-3. Também na Taça da Liga o desempenho dos dragões foi pobre, já que, tendo chegado até às meias-finais, a equipa de Lopetegui não conseguiu carimbar a presença na final da competição, sendo derrotada pelo Marítimo.

Valeu ao treinador a boa prestação do FC Porto na Liga dos Campeões, em que a equipa chegou até aos quartos-de-final, sendo derrotada apenas pela formação germânica do Bayern de Munique. Os dragões beneficiaram, contudo, de um calendário mais facilitado do que o habitual, já que na fase de grupos enfrentaram Shaktar, Athletic de Bilbao e Bate Borisov. Nos oitavos de final o conjunto portista enfrentou os suíços do Basileia, equipa treinada por Paulo Sousa.

Investimento elevado e contratações polémicas

Em contraste com a ausência de títulos na primeira temporada, esteve o elevado investimento feito pela SAD do clube. Na primeira época, Julen Lopetegui viu chegar ao Dragão jogadores como Evandro (disputado com o Sporting de Bruno de Carvalho), Óliver Torres (emprestado pelo Atlético de Madrid), Bruno Martins Indi (presença habitual na seleção holandesa), Cristian Tello (emprestado pelo FC Barcelona), Casemiro (que chegou vindo do Real Madrid), Yacine Brahimi, José Ángel e Vincent Aboubakar (disputado também com o Sporting). Esta época chegaram jogadores como Miguel Layun, Pablo Osvaldo, Iker Casillas (vindo do Real Madrid), Maxi Pereira (que chegou do Benfica) e Jesús Corona.

As duas contratações mais criticadas pelos adeptos foram as do seu compatriota Adrián López (o FC Porto pagou 11 milhões por 60% do passe do avançado) e Giannelli Imbula, que foi a contratação mais cara da história do FC Porto (custou 20 milhões de euros) e que não tem sido utilizado por Julen Lopetegui. A saída de Quaresma (e a gestão da utilização do jogador pelo treinador, que o chegou a preterir das convocatórias em detrimento de um terceiro guarda-redes) também foi alvo de críticas.

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