Os preços do petróleo continuam a cair no mercado internacional e já estão a negociar abaixo dos 33 dólares por barril, o valor mais baixo desde 2004, com os investidores a continuar a prestar mais atenção à acumulação de inventário que às tensões no Médio Oriente.

Longe vai o tempo em que uma simples manobra militar do Irão no estreito de Ormuz fazia disparar de imediato os preços do petróleo nos mercados internacionais. Ainda mais longe vai o tempo em que os preços do petróleo estavam perto dos 150 dólares por barril.

Com o Irão e a Arábia Saudita, que arrastou consigo algumas das petromonarquias (como o Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Sudão), em conflito aberto depois da execução pelos sauditas de um clérigo xiita e do ataque à embaixada saudita no Irão, e as atividades do Estado Islâmico, que ainda controlo Mossul, no Iraque, e que terá atacado dois importantes portos líbios, o que aconteceria em tempos normais seria um aumento imediato dos preços do petróleo.

No entanto, depois de meses de quedas profundas nos preços os investidores parecem estar a dar mais importância à acumulação de stocks e a ignorar os problemas no Médio Oriente.

Às 08h40, o barril de brent, referência usada para Portugal, estava a negociar nos 32,68 dólares por barril, o valor mais baixo desde 2004. Em 2014, o preço do barril de brent custava cerca de 110 dólares.

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À mesma hora em Nova Iorque, o barril de crude estava a negociar a 32,35 dólares, também o valor mais baixo desde, sensivelmente, o primeiro terço de 2004.

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A queda foi também anunciada pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), que têm uma cotação própria. O cartel calcula que o preço do petróleo esteja abaixo dos 30 dólares por barril. A OPEP calcula este preço com base nos preços de 13 tipos de crude: da Argélia, Angola, Equador, Indonésia, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.