A Serra Leoa anunciou no sábado que 109 pessoas foram colocadas em quarentena na sequência da confirmação de um novo caso de Ébola no país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou na sexta-feira a morte de uma estudante de 22 anos na Serra Leoa com Ébola, um dia depois de ter anunciado o fim da epidemia na África Ocidental.

Segundo as autoridades da Serra Leoa, as 109 pessoas colocadas em quarentena estiveram em contacto com esta vítima, antes de a estudante ter morrido, e a situação de 28 delas é considerada de “alto risco”.

Por outro lado, há três pessoas que estiveram em contacto a vítima que ainda não foram localizadas, revelou Ishmael Tarawally, coordenador do departamento de Segurança Nacional da Serra Leoa.

“Estamos preocupados com este novo desenvolvimento, mas apelamos ao público em geral para não entrar em pânico”, afirmou, acrescentando que “mais do que nunca”, todos os cidadãos da Serra Leoa “devem trabalhar juntos para prevenir novas infeções”.

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Tarawally afirmou que está a ser investigada a fonte da infeção e o percurso de transmissão deste caso, instando toda a população a manter-se “vigilante”.

Segundo fontes oficiais e da própria OMS, a jovem fora internada num hospital de Magburaka, no norte do país e já próximo da fronteira com a Guiné-Conacri, e morreu na quinta-feira, depois de os testes terem confirmado a doença.

A confirmação desta morte surgiu horas depois de a OMS ter dado por finda a epidemia na África Ocidental, vírus que, identificado pela primeira vez há quatro décadas, afetou 28.637 pessoas e vitimou mortalmente 11.315 delas.

Iniciada em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri, a epidemia propagou-se depois aos vizinhos Libéria e Serra Leoa, três países que concentraram 99% dos casos, bem como à Nigéria e Mali.

No comunicado de quinta-feira, a OMS admitiu, porém, que o balanço está subavaliado e advertiu que o risco persiste, dado que o vírus permanece em certos líquidos corporais de sobreviventes, nomeadamente no esperma, onde pode subsistir até nove meses.

Na quarta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, admitiu a possibilidade de o vírus poder reaparecer “nos próximos anos”, mesmo que a sua amplitude e frequência devam “diminuir” com o tempo.

A Libéria foi o primeiro país a ser declarado “livre da transmissão” de Ébola, em maio de 2015, enquanto na Serra Leoa tal aconteceu a 07 de novembro desse ano. Na Guiné-Conacri igual anúncio foi feito a 29 de dezembro.