A câmara do Porto desvalorizou a decisão de suspensão pela TAP de quatro voos com partida do Porto para Barcelona, Milão, Bruxelas e Roma, avançando que a decisão “não preocupa” uma vez que estas cidades são ligadas através de outros operadores.
A TAP anunciou na segunda-feira que vai suspender a partir do domingo de Páscoa quatro voos do Porto e outros cinco de Lisboa com ligação a diferentes cidades europeias, que classificou como “rotas deficitárias”.
Na sequência desta decisão, a agência Lusa contactou o gabinete de comunicação da câmara do Porto que remeteu para a sua página oficial na Internet, na qual recorda que a 02 de dezembro o presidente da câmara, o independente Rui Moreira, tinha “manifestado preocupação por ter tido conhecimento que a transportadora preparava o cancelamento de ligações intercontinentais a partir do Porto”.
Mas a publicação prossegue com a afirmação de que “a notícia agora conhecida do cancelamento de ligações europeias não preocupa a câmara do Porto, já que as cidades de Barcelona, Bruxelas, Milão e Roma são ligadas ao Porto através de outros operadores”.
A 02 de dezembro Rui Moreira denunciou a possibilidade de a TAP acabar com os voos de longo curso a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro e avisou que isso poderia levar a região a “abandonar” a transportadora.
“Se pretendem abandonar a cidade do Porto e o aeroporto Francisco Sá Carneiro, então nós também poderemos abandonar a TAP”, disse Rui Moreira, em declarações aos jornalistas à margem da reunião de câmara.
Também hoje sobre os voos entre cidades europeias, a Associação Comercial do Porto (ACP) condenou a suspensão pela TAP e considerando-a “lamentável” e “altamente prejudicial para as empresas e para a economia do Norte”.
Com efeitos a partir de 27 de março, a suspensão destas quatro rotas elimina, segundo a associação, “importantes rotas empresariais e turísticas de e para o Porto” e “vai obrigar os passageiros a perderem horas e dias de trabalho, na maior parte dos casos sem qualquer alternativa”.
Em causa estão os voos entre o Porto e Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Milão e Roma (Itália) e entre Lisboa e Gotemburgo (Suécia), Hannover (Alemanha), Zagreb (Croácia), Budapeste (Hungria) e Bucareste (Roménia).
A empresa justificou que a suspensão foi tomada “no âmbito da otimização da sua operação de forma a melhorar a rentabilidade da companhia”, uma vez que estas nove rotas são deficitárias.