As previsões apontam para que em 2050 os oceanos contenham mais plásticos do que peixes (em peso). Esta é uma das conclusões de um relatório divulgado pelo Fórum Económico Mundial, que realiza o encontro de inverno entre 20 e 23 de janeiro de 2016 em Davos-Klosters, na Suíça.

É altura de o mundo repensar a quantidade de plásticos que utiliza, em especial aqueles que são utilizados como embalagens, alerta o Fórum. Segundo o mesmo relatório, dado o crescimento projetado do consumo, a indústria de plásticos inteiros irá consumir 20% da produção total de petróleo e 15% do orçamento anual de carbono.

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A cada ano, pelos menos oito milhões de toneladas de plásticos são despejadas no oceano, ou seja, o equivalente a despejar um camião de lixo no oceano por minuto, lê-se no relatório. Se não forem tomadas medidas urgentes, as previsões apontam para um aumento, em 2030, para dois camiões por minuto e quatro por minuto em 2050.

As pesquisas disponíveis estimam que existem mais de 150 milhões de toneladas de plásticos no oceano atualmente, ou seja, existem cinco vezes mais peixes do que plástico.  Mantendo o ritmo de consumo e utilização de plásticos, as previsões referem que os oceanos vão conter uma tonelada de plástico para cada três toneladas de peixe em 2025. Mas, em 2050, haverá mais plásticos do peixes. As estimativas foram realizadas partindo do princípio de que os stocks de peixe se manterão equivalentes durante o mesmo período.

A economia do plástico

Para além dos problemas ecológicos, o consumo de plástico a nível mundial representa uma perda de valor para a economia. O maior prejuízo decorre das embalagens em plástico: 95% do valor do material de embalagem de plástico, perde-se, depois de uma primeira utilização curta. Apenas cerca de 14% das embalagens produzidas a nível mundial são recicladas, uma das taxas mais elevadas em termos de plásticos.

O relatório refere a necessidade de encontrar novas formas de tornar a reciclagem dos plásticos mais eficiente. O Fórum Económico Mundial chama, também, a atenção para a importância de desenvolver novas técnicas de reciclagem que permitam que o plástico volte a entrar na cadeia de valor e a sua produção consuma menos recursos. Atualmente, mais de 26% do plástico produzido no mundo destina-se a embalagens.