O último paciente internado no Centro Hospitalar (CH) de Rennes na sequência da participação num ensaio clínico de um novo medicamente da farmacêutica portuguesa Bial em França teve alta hospitalar esta quarta-feira, informou em comunicado a unidade de saúde.

“O último paciente internado teve hoje alta hospitalar e pode regressar a casa, consequência da melhoria do seu estado de saúde. Os cuidados médicos dos três pacientes transferidos para estabelecimentos próximos das suas residências […] foram definidos e coordenados pelo CH de Rennes. O estado de saúde desses pacientes continua a melhorar”, indica o hospital francês no comunicado hoje divulgado.

As consultas de seguimento dos cinco pacientes que estiveram internados no CH de Rennes serão feitas por esta unidade hospitalar.

Relativamente às restantes 84 pessoas que voluntariamente participaram no ensaio clínico do fármaco da Bial, todos foram contactados pelo hospital francês e 28 já realizaram um exame neurológico e uma ressonância magnética cerebral.

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“As anomalias clínicas e radiológicas apresentadas pelos pacientes hospitalizados não foram encontradas”, afirma a unidade hospitalar.

O hospital já agendou consultas e exames para 38 outros pacientes e 14 pessoas vão ser acompanhadas em unidades clínicas próximas das suas residências, em coordenação com o serviço de neurologia do CH de Rennes, adianta o comunicado.

O hospital faz um novo ponto de situação na próxima segunda-feira, 25 de janeiro.

Um participante no ensaio clínico, na fase I, morreu no domingo, depois de declarada morte cerebral.

Ao todo, foram hospitalizados seis voluntários, que, segundo a agência noticiosa francesa AFP, receberam a dose mais elevada da molécula produzida pela Bial, testada em França pelo laboratório Biotrial.

O ensaio clínico visava testar um novo medicamento para tratar perturbações do humor como a ansiedade.

De acordo com um comunicado da Bial, o teste abrangeu 116 voluntários saudáveis, “dos quais 84 tomaram o composto experimental previamente, não tendo apresentado qualquer efeito secundário grave ou moderado”.

A farmacêutica adianta que a medicação foi suspensa “a todos os participantes no ensaio”, assim que tomou conhecimento de “um efeito adverso grave” num dos voluntários, a 11 de janeiro.

A Bial reitera que está a colaborar com as autoridades e entidades francesas para o apuramento das causas do incidente, assegurando que “não existe qualquer outro ensaio a decorrer com a molécula experimental” e que, até ao apuramento das causas, “não iniciará qualquer ensaio com este composto”.