O Festival de Cinema de Berlim anunciou esta terça-feira quais as 23 longas-metragens em competição pelo Urso de Ouro. Entre elas está “Cartas da Guerra“, do realizador português Ivo M. Ferreira. De acordo com o site da 66.ª Berlinale — Festival Internacional de Cinema de Berlim, que decorrerá de 11 a 21 de fevereiro, com Meryl Streep a presidir ao júri internacional, participam filmes de 20 países.

Dos 23 filmes do programa da competição oficial — 19 em estreia mundial — 18 vão disputar os prémios máximos, entre eles o português “Cartas da Guerra”, uma adaptação ao cinema do livro D’este viver aqui neste papel descripto. O livro, organizado por Maria José e Joana Lobo Antunes, reúne cartas de António Lobo Antunes, escritas no período em que serviu o exército português na guerra colonial.

No filme de Ivo M. Ferreira, que terá estreia mundial em Berlim, o ator Miguel Nunes interpretará a personagem de António, e Margarida-Vila Nova será a mulher dele, Maria José, contando-o elenco ainda com Ricardo Pereira, João Pedro Vaz, Simão Cayatte e Isac Graça.

De acordo com a programação da Berlinale, o certame abre com o filme Hail, Caesar!, dos irmãos Ethan e Joel Coen, que se encontra fora da competição, e Cartas da guerra será exibido nos dias 14, 15, 16 e 21 de fevereiro. No programa da competição oficial estão também os filmes 24 Wochen, de Anne Zohra Berrached (Alemanha, Chang Jiang Tu, de Yang Chao (China), Chi-Raq, de Spike Lee (fora e competição, EUA), Inhebbek Hedi, de Mohamed Ben Attia (Tunisia/Belgica/ França), e Soy Nero, de Rafi Pitts (Alemanha/França/México).

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Também selecionados estão Alone in Berlin, de Vincent Perez (Alemanha/França/Reino Unido), Boris sans Béatrice, de Denis Côté (Canadá), Ejhdeha Vared Mishavad!, de Mani Haghighi (Irão), o documentário Fuocoammare, de Gianfranco Rosi (Itália/França), Genius, de Michael Grandage (Reino Unido/EUA), “Hele Sa Hiwagang Hapis”, de Lav Diaz (Filipinas/Singapura), Kollektivet, de Thomas Vinterberg (Dinamarca/Suécia/Holanda).

A lista de participantes completa-se com L’avenir, de Mia Hansen-Løve (França/Alemanha), Midnight Special, de Jeff Nichols (EUA), Quand on a 17 ans, de André Téchiné (França), Smrt u Sarajevu, de Danis Tanovic (França/Bósnia e Herzegovina), o documentário Zero Days, de Alex Gibney (EUA), e Zjednoczone Stany Milosc, de Tomasz Wasilewski (Polónia/Suécia).

Nesta 66.ª edição da Berlinale, a organização recorda que, quando o festival foi lançado, havia milhões de refugiados traumatizados pela segunda Guerra Mundial. Uma situação semelhante acontece hoje em dia em vários países envolvidos em conflitos. Por este motivo, a organização decidiu lançar uma campanha para promover a tolerância e a solidariedade através da exibição de filmes, recolha de donativos e outras atividades paralelas. No ano passado, Berlim acolheu 79.034 refugiados sobretudo provenientes da Síria, Afeganistão, Irão e Eritreia.