Pedro Passos Coelho lança fortes críticas à atuação do governo, por querer “devolver tudo num ano” ao invés de o fazer com calma durante os próximos quatro anos. O ex-primeiro-ministro diz que “os riscos são grandes” mas garante que, caso a estratégia dê certo, passará “a defender o voto no PS, no PCP e no BE”.

“Se pudéssemos todos, sem dinheiro, devolver salários, pensões e impostos e, no fim, as contas batessem todas certo, isso seria fantástico. Para poder devolver os salários todos num ano e cumprir metas, ou há milagre, ou há consequências”, referiu, porque “há dinheiro que falta e esse dinheiro terá de vir de algum lado”. Em entrevista à SIC, Passos Coelho questiona: “Se o Governo acredita que vai estar quatro anos a governar, por que razão está a correr tantos riscos? Só para poder dizer que devolve tudo num ano?”

Ainda assim, o líder da oposição garante que está no Parlamento para ajudar: “Eu estou disponível para resolver problemas no país. Apresentarei propostas nesse sentido”, diz, referindo-se por exemplo à sustentabilidade da Segurança Social.

Este governo tem uma maioria. Se algum problema surgir é um problema da maioria. O país não precisa de andar sempre em eleições.

Quanto ao Banif, Passos Coelho refere que o Governo que chefiou tentou vender o banco, mas “não apareceu nenhum comprador para o comprar como ele estava”. O caso ainda está em aberto, sendo que, para Passos Coelho, a solução é vender: “Eu acho que se deve vender porque não vejo nenhuma razão para imputar essa conta aos contribuintes”.

Pedro Passos Coelho recandidata-se à presidência do PSD e entregou esta terça-feira a moção global de estratégia, documento que vai apresentar ao congresso de abril. A moção, entregue na sede na São Caetano à Lapa, “centra-se no que se passou em Portugal e perspetiva o futuro”, disse à estação de Carnaxide. No que diz respeito à relação com o CDS, o ex-primeiro-ministro diz que “cada partido precisa de crescer” e assume que o PSD tem “uma relação preferencial com o CDS”. Sobre o futuro, não quis adiantar mais nada.

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