O Royal Bank of Scotland (RBS) vai eliminar 550 postos de trabalho, 220 dos quais na área da gestão de investimentos e aconselhamento aos clientes, e vai reforçar a aposta nos robo-advisers. Só quem tiver mais de 250 mil libras (320 mil euros) para investir é que poderá contar com um gestor de investimento humano, mais do dobro da fasquia atual – que é de 100 mil libras. Abaixo dos 250 mil libras, as recomendações de investimento serão feitas de forma eletrónica.

Para tentar maximizar os resultados do banco e facilitar a sua venda ao mercado (pelo Estado, que o nacionalizou durante a crise financeira), o RBS vai limitar a aposta em advisers na área do investimento e garantir esse serviço apenas aos clientes mais abastados. O Financial Times escreve que na origem desta decisão está, além do controlo de custos, a legislação cada vez mais apertada na venda de produtos financeiros e as várias multas que foram aplicadas a vários bancos comerciais.

O recurso a mecanismos eletrónicos de aconselhamento financeiro surge como uma opção mais económica para um banco que acaba de apresentar o oitavo ano consecutivo de prejuízos. Os clientes com menos de 250 mil libras para investir passam, assim, a ser encaminhados para questionários on-line sobre o seu perfil financeiro, bem como a sua situação financeira e objetivos de investimento e poupança. A partir daí, o robo-adviser terá a capacidade de definir algumas estratégias e investimentos e poderá, também, realizar as ordens de compra e venda necessárias — a troco de uma comissão mais pequena do que no aconselhamento presencial.

“A procura por aconselhamento face-to-face (presencial) está a mudar. Os nossos clientes querem, cada vez mais, fazer as suas operações e tomar as suas decisões utilizando as novas tecnologias”, afirmou um porta-voz do banco inglês, citado pelo Financial Times. Vai bastar ter uma carteira de investimento de 500 libras para ter acesso à plataforma.

Leia o nosso Especial sobre a banca do futuro, publicado em meados de fevereiro: Bem-vindo ao seu banco do futuro. Terá rodas e robôs. E será mais barato.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR