Este fenómeno impressionante de manchas circulares em pastagens secas, conhecidas como “círculos das fadas” ou “anéis das fadas”, apenas era conhecido no deserto da Namíbia, em África. A existência e o porquê da formação destas zonas secas, que podem ter uma dúzia de metros de diâmetro, sempre intrigaram os especialistas.

Há cerca de dois anos, o mesmo fenómeno deu-se na Austrália, o que levou os investigadores a aproximarem-se de “uma explicação mais concreta” para o aparecimento destas zonas. Quem o diz é Stephan Getzin, o principal responsável pelo estudo e o líder do Departamento de Modelagem Ecológica do Helmholtz Centre for Environmental Research, na Alemanha.

“Há uma série de explicações mitológicas muito interessantes sobre a existência destes círculos, segundo contam os nativos da Namíbia” afirmou Getzin ao ABC News. “Algumas pessoas acreditam que foram fadas que dançaram em circulo durante a noite, outros acreditam que são pegadas de Deus”. Ainda há os que acreditam que tenham sido extraterrestres, ou que um dragão as tenha criado com o poder do fogo.

circulos mágicos - Dr. Stephan Getzin

Crédito: Stephan Getzin / Helmholtz Centre for Environmental Research

A verdade é que na década de 1970 já se estudavam estes círculos (que na altura apenas tinham sido identificados na Namíbia) e foram apontadas três razões plausíveis para o seu aparecimento:

  • O Monóxido de carbono (tóxico) subiu até a superfície e matou a vegetação;
  • Os insetos, principalmente formigas, comeram as raízes das plantas;
  • A vegetação organiza-se num padrão extra circular como resposta à escassez da água.

Após os dois anos de estudo nos solos australianos, a equipa de Getzin acredita que a terceira hipótese seja a resposta mais credível. Um processo parecido acontece em outras zonas secas e remotas do globo, como as “faixas” de árvores em encostas montanhosas que existem em regiões áridas da Austrália, do oeste africano ou do norte da América. O investigador quer aprofundar este fenómeno ainda mais e termina dizendo que “é muito possível que haja outros círculos deste tipo em outras zonas do mundo”. “A era da descoberta está longe de acabar”, afirma Getzin.

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