“Se calhar não é assim para um liberal, mas tenho uma perspetiva social-democrata”, afirmou Rui Rio em entrevista à TSF. A declaração é uma crítica direta a Pedro Passos Coelho, o líder do PSD e ex-primeiro-ministro que censurou António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa por terem, segundo foi noticiado, intercedido nas movimentações na banca portuguesa. O economista adiantou, também, que não irá ao Congresso do PSD.

A TSF adiantou alguns trechos da entrevista que será difundida ao final desta tarde. Na entrevista, falou-se da banca – um setor que tem “valor estratégico muito grande”. “O poder político, podendo, deve interferir e influenciar as grandes questões estratégicas para o país”, afirmou o antigo presidente da Câmara do Porto.

Rui Rio mostrou-se contra a chamada “espanholização” da banca e lançou críticas às autoridades bancárias europeias – designadamente pela forma como foi tratada a questão do Banif. “Foram três mil milhões num fim de semana, é disto que estamos a falar”, afirmou o economista.

Há aqui uma certa hipocrisia quando não entraram soldados, mas entram instâncias europeias a dizer: esse banco é para ali e façam favor de por os contribuintes portugueses a pagar.

Sobre o BCP e o impasse no BPI, eis o que disse Rui Rio: “Uma coisa é usar poderes de supervisão, outra é prejudicar o interesse nacional. Não permitir que Isabel dos Santos entre no BCP é intolerável. Porque o que está em causa é conseguir que seja determinado banco o acionista do BCP”. Rui Rio falou, também, do Novo Banco. “Não pode ser vendido à pressa. Não me choca nada capitalizar o Novo Banco com dinheiro público, para ficar em condições de ser bem vendido. Se quiserem chamar a isso nacionalização do Novo Banco chamem, não me choca nada. Não tenho preconceitos ideológicos”, atirou.

O antigo presidente da Câmara do Porto adiantou, também, que não irá participar no próximo Congresso do PSD. “Se eu lá fosse ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. Mais vale ficar recatado“, disse Rui Rio.

“O Dr. Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar”, afirmou Rui Rio, à TSF.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR