A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, destituiu nos últimos dias vários altos dirigentes da administração pública ligados ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), formação política que abandonou a coligação governamental na terça-feira.

De acordo com o Diário Oficial da União de hoje, a chefe de Estado exonerou o vice-presidente da Caixa Económica Federal, Roberto Derziê de Santanna.

Antes de ocupar este cargo na instituição bancária, Roberto Derziê de Santanna foi secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, em 2015, quando a pasta estava sob o comando do vice-Presidente da República e líder do PMDB, Michel Temer.

Michel Temer poderá vir a assumir a Presidência da República caso Dilma Rousseff, que enfrenta vários pedidos de processo de impugnação, seja destituída do cargo.

A mesma publicação informa ainda que a líder brasileira exonerou também o diretor da Casa da Moeda do Brasil, Paulo Ricardo de Mattos Ferreira.

De acordo com o Diário Oficial da União de quinta-feira, Dilma Rousseff destituiu dois indicados pelo PMDB, Walter Gomes de Souza, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs), e Rogério Luiz Abdalla, que era o diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Na edição de quinta-feira, Dilma Rousseff também enviou ao Senado uma mensagem indicando Luiz Otávio Oliveira Campos, apoiado pelo PMDB, para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Estas alterações ocorrem numa altura em que o Partido dos Trabalhadores (PT), da Presidente, tenta conseguir apoio político para travar os pedidos de destituição de Dilma Rousseff.

Na sequência da decisão do PMDB, seis ministros do partido foram chamados a deixar os cargos, mas até ao momento apenas a titular da pasta da Agricultura, Kátia Abreu, se pronunciou, dizendo que quer ficar no Governo.

A imprensa brasileira também tem dado conta de movimentações políticas por parte do PMDB para criar um futuro governo liderado por Michel Temer, mas o próprio já negou que esteja a negociar cargos, embora tenha reconhecido que é “muito procurado”.