O ministro da Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, reagiu hoje à disponibilidade manifestada por Pedro Passos Coelho, no congresso do PSD, de avançar com a reforma do sistema, considerando que “normalmente, isso quer dizer corte nas pensões”.

No fim de semana, o líder do PSD assegurou continuar disponível para avançar com uma reforma da Segurança Social, advertindo que tal exige uma mudança de regime e que espera que o Governo também apresente a sua proposta. Apelou na altura a “uma discussão séria, não populista”, sem recorrer a “argumentos de campanha eleitoral”, numa referência às acusações do PS ao PSD de que este só deseja cortar pensões. “Nós temos um modelo, mas aceitamos discutir outro, por favor não fiquem atrás se slogans de campanha”, especificou Passos Coelho.

Aparentemente Vieira da Silva não se comoveu, e retomou o discurso habitual: “Começo por não saber muito bem do que é que o doutor Passos Coelho fala quando fala em reforma da Segurança Social, porque no PSD já quis dizer muita coisa, mas normalmente quer dizer corte nas pensões e se é essa a reforma da Segurança Social que o PSD continua a falar, o PS já expressou a sua opinião e o Governo tem uma opinião distinta”.

O ministro, que falava em Oeiras aos jornalistas à margem das novas aplicações ‘online’ do portal da Segurança Social Direta, frisou que “não é essa forma a adequada a dar resposta aos desafios e problemas do sistema de Segurança Social”.

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“Aquilo que é essencial, que una os esforços dos portugueses, é mais economia, melhor economia, mais emprego e melhor emprego. Se isso acontecer, estamos a fazer a grande reforma da Segurança Social, que é garantir as suas condições de sustentabilidade”, referiu.

Vieira da Silva disse, contudo, que o Governo está aberto ao debate com todos os partidos, uma vez que “todas as questões da Segurança Social interessam a todos”. Mas não mudou o registo o deu discurso: “Estamos sempre abertos a ideias claras e que venham ao encontro dos interesses dos portugueses e que não sejam ou uma proposta para cortar de novo nas pensões, ou entregar a gestão do sistema a mãos privadas”, assegurou.

Para o ministro, “estar permanentemente a falar dos riscos da Segurança Social só contribui para a sua descredibilização e o sistema tem muito mais qualidades e importância na vida das pessoas que tem de ser preservada”.

Da parte do Governo, acrescentou, vai haver iniciativas, com uma gestão orientada para garantir os direitos de todos, com base em valores de sustentabilidade, público e universal. Não especificou quais.