Marcelo Rebelo de Sousa levaria “o mínimo possível” se tivesse de fugir de um conflito e fosse obrigado a procurar asilo noutro país. A campanha “E se fosse eu”, que está a decorrer esta quarta-feira em várias escolas no país, quer que os alunos portugueses se ponham na pele de refugiados e preparem as suas malas caso tivessem de abandonar o país. O Presidente e o ministro da Educação associaram-se à iniciativa.
Fotografias de família, uma Bíblia, o livro Guerra e Paz e um telemóvel (com carregador) são as escolhas do Presidente caso tivesse de fazer uma mala para fugir como refugiado de uma zona de conflito. “Se fosse eu levava o mínimo possível. Levaria alguns objetos de valor estimativo pessoal como fotografias, recordações de família”, afirmou o Presidente num vídeo para a campanha “Se fosse eu”. Marcelo Rebelo de Sousa levaria ainda uma Bíblia e um livro, possivelmente o Guerra e Paz – embora o Presidente também considere A Condição Humana, de Hannah Arendt, ou Ulisses, de James Joyce. Por último, o Presidente levaria ainda um telemóvel e carregador. “O resto é supérfluo”, declarou.
A iniciativa está a decorrer em várias escolas e pretende criar empatia junto dos mais jovens pelos refugiados que chegam à Europa e trazem apenas uma pequena mala com as necessidades mais básicas. Esta manhã, também o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, esteve numa escola e disse o que levaria consigo. Produtos de higiene pessoal, medicamentos, um agasalho, uma lanterna, o seu passaporte, um rádio e ainda as chaves de casa. “Lembro-me sempre dos judeus que saíram da Península e foram passando as chaves das casas que deixaram de geração em geração”, lembrou o ministro.
Esta campanha da Plataforma de Apoio aos Refugiados — com o Alto Comissariado para as Migrações, Conselho Nacional de Juventude e Direção Geral de Educação — foi inspirada no projeto “What’s In My Bag?” desenvolvido pelo International Rescue Comitee em colaboração com o fotógrafo Tyler Jump que fotografou o que vários refugiados conseguiram trazer quando chegaram à ilha de Lesbos.