A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, que enfrenta um processo de destituição, recebeu na terça-feira o apoio de um grupo de mulheres a quem disse ter a “alma lavada”.

A iniciativa, convocada por deputadas que apoiam Rousseff, contou com a participação de cerca de 400 mulheres que, segurando flores e cartazes com frases de apoio, se deslocaram ao Palácio do Planalto, sede do Governo.

Rousseff, acompanhada pela ministra das Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e pela presidente do banco estatal Caixa Económica Federal, Miriam Belchior, esteve 20 minutos com o grupo, posou para fotografias com as ativistas e lançou saudações.

“Havia muita mulher, né? Estou de alma lavada”, disse, ao regressar ao palácio, visivelmente emocionada.

A manifestação de apoio aconteceu numa altura em que o presidente do Senado, Renan Calheiros, antecipou para a próxima segunda-feira a constituição da comissão especial que vai analisar o processo de destituição contra a Presidente.

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O processo no Senado começou na terça-feira, com a leitura de um relatório da Câmara dos Deputados, que no passado domingo votou a favor da continuidade do processo que pode levar à perda do mandato da Presidente, acusada de manobras fiscais na apresentação de contas da sua gestão entre 2014 e 2015.

Na Câmara dos Deputados, 367 legisladores votaram a favor da abertura do processo de ‘impeachment’, 137 contra, sete abstiveram-se e dois não estiveram presentes na sessão de mais de nove horas.

Após a leitura do relatório dos deputados, os partidos representados na Câmara Alta terão um prazo de 48 horas para eleger os 21 membros da comissão especial que durante dez sessões vai debater o assunto e elaborar um relatório que será depois discutido em plenário do Senado.