A coleção Cruise 2017 – adequada para usar em cruzeiros e destinos de férias – da Chanel foi apresentada em Havana, Cuba, com toda a pompa e circunstância por parte da marca francesa. Não faltaram supermodelos, atores e atrizes de Hollywood e até Tony Castro, neto de Fidel Castro, desfilou. Mas os restantes cubanos só puderam ver das varandas dos antigos prédios que rodeiam o passeio do Prado.

A Chanel e todo o seu imaginário mudaram-se durante dois dias para Cuba, organizando o primeiro desfile de moda de uma marca estrangeira naquele país desde a revolução de 1959. Pintaram-se carros, decoraram-se ruas, trouxeram-se supermodelos e atores e atrizes de Hollywood para um espetáculo de 25 minutos que contou com música ao vivo. Tony Castro, neto de Fidel Castro, participou no desfile e disse que era uma honra fazer parte deste desfile.

No entanto, o desfile foi contestado por vários cubanos que percorreram centenas de quilómetros para assistirem a mais este passo par a abertura do país, mas que foram impedidos de o fazer já que a segurança foi reforçada no passeio do Prado, uma via pública, e os populares afastados de qualquer interação com o que se passava na passerelle.

https://twitter.com/Marcepiam/status/727663541973594114

Este desfile da marca de luxo francesa foi também criticado por ter lugar num país onde os funcionários públicos têm um salário médio mensal de 25 dólares. As desigualdades entre Cuba e outros países no continente americano não são novidade, mas acentuam-se numa altura em que o país se volta a abrir ao mundo, com o primeiro cruzeiro americano a parar esta segunda-feira na ilha desde a revolução de 1959.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR