A Fosun não exclui a possibilidade de vir a fazer uma oferta de compra numa futura operação de venda do Novo Banco, segundo afirmou Guo Guangchang numa entrevista à Reuters. O líder do grupo chinês referiu que Portugal é “um destino prioritário” para investir e que o grupo está atento a oportunidades para expandir os negócios no mercado nacional.

O gestor acrescentou que, atualmente, não há envolvimento no processo de alienação da instituição financeira que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES), depois de a Fosun ter apresentado uma proposta durante a primeira tentativa de venda do Novo Banco, que acabou por fracassar em setembro de 2015. “Tudo é possível”, disse Guo Guangchang, deixando a porta aberta para participar na operação que está a ser preparada e promovida nos mercados internacionais e que deverá ser concretizada em julho próximo.

Guo Guangchang afirmou que a ambição da Fosun é a de chegar à liderança global dos setores dos seguros, turismo e cuidados de saúde, a concretizar nos próximos cinco a dez anos, ao mesmo tempo que persegue o objetivo de redução da dívida. A primeira meta vai passar pela busca de oportunidades de crescimento em mercados emergentes, depois de o grupo chinês ter apostado, nos anos mais recentes, em países desenvolvidos, com investmentos que totalizaram 21,7 mil milhões de euros. Em Portugal, a Fosun comprou, em 2014, a seguradora Fidelidade, líder do mercado, companhia que estava sob o domínio da Caixa Geral de Depósitos.

Sobre a dívida do grupo, o presidente da Fosun afirmou que o objetivo é o de conseguir uma melhoria da notação de crédito em três níveis, a partir da classificação atual de Ba3, depois de a Moody’s ter alterado a perspetiva sobre o grupo de “negativa” para “estável”, ao considerar que está a prosseguir uma gestão “prudente” da expansão, coordenada com o “fortalecimento” da disciplina financeira. A agência de rating avisou que a Fosun poderá ficar sob pressão se continuar a financiar o crescimento das respetivas operações à custa de um aumento do endividamento.

Nesta segunda-feira, recorda a Reuters, a Fosun apresentou uma proposta de compra não vinculativa da Gland Pharma, empresa farmacêutica indiana que está avaliada em 1,1 mil milhões de euros. India, Brasil, Rússia e África são, agora, os mercados a que o grupo chinês está mais atento, disse Guo Guangchang, embora tenha sublinhado que a China continuará a ser o mais importante foco de investimento para a Fosun.

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