A Caixa Geral de Depósitos registou prejuízos de 74,2 milhões de euros no primeiro trimestre, o que contrasta com lucros de 2,1 milhões de euros no mesmo período do ano passado.
O valor foi influenciado negativamente pelos resultados em operações financeiras, que foram “particularmente afetados pelo clima de instabilidade nos mercados financeiros e pelo aumento da aversão ao risco“. Este cenário de forte incerteza sobre o crescimento internacional explica, segundo a instituição, a perda de 97,3 milhões de euros em operações financeiras. Entre os ativos que penalizaram estes resultados está a desvalorização da carteira de dívida pública portuguesa.
Esta evolução conduziu também a uma redução de 196,3 milhões de euros no produto bancário obtido nos primeiros três meses do ano e que foi de 305,6 milhões de euros. As comissões líquidas, por seu turno, recuaram 85% para 115,6 milhões de euros, o que é consequência, diz a Caixa, de uma forte pressão concorrencial e regulamentar sobre a cobrança de comissões.
Já a margem financeira estrita registou um crescimento de 9,8% até março, beneficiando da redução dos custos de financiamento que foi mais relevante do que a diminuição sentida ao nível do juros. Os Cocos (os instrumentos de capital contingente subscritos pelo acionista Estado) custaram 20 milhões de euros em juros pagos ao Tesouro.
Os custos operativos da Caixa caíram 5,5%, traduzindo a contenção feita ao nível dos custos com pessoal que baixaram 4,7%, uma evolução que reflete já o impacto do Plano Horizonte, programa de redução do número de colaboradores. Nos primeiros três meses do ano, o banco fechou 32 agências, em nome de uma maior eficiência da rede comercial.
A área internacional da Caixa deu um contributo de 40 milhões de euros para o resultado líquido consolidado, o que representa um acréscimo de 79% face ao primeiro trimestre de 2015. A Caixa destaca as operações do BNU Macau, BCG Espanha e BCI Moçambique.