Na Europa chamam-lhe a Craft Beer Revolution. É uma Revolução da Cerveja Artesanal que também se faz sentir em Portugal, com a criação de inúmeras marcas e de alguns festivais onde as estrelas do cartaz não têm guitarras e baterias, mas sim malte e lúpulos. De 16 a 19 de junho, os Jardins do Palácio de Cristal vão receber a primeira edição do Porto Beer Fest, o primeiro grande passo para tentar colocar a Invicta no roteiro europeu da bebida, diz Octávio Costa, da organização, ao Observador.
“Neste momento, a cerveja artesanal já não é a next big thing: já está a acontecer”. Habituado a fazer com a empresa OG&Associados o Art Beer Fest, em Caminha, e o Alameda Beer Fest, em Faro, e com várias presenças em festivais europeus do género, Octávio Costa explica que o principal objetivo é internacionalizar as marcas que já se fazem em Portugal com um evento em maior escala. “A nossa estratégia de médio prazo é colocar o Porto num roteiro europeu de grandes festivais de cerveja artesanal.” E garante que Portugal já tem cervejas de qualidade para merecer o seu lugar ao sol. Agora, é preciso também sensibilizar os consumidores locais. Ou seja, o Porto Beer Fest é tanto para especialistas como para quem só quer conhecer dois ou três cervejas diferentes.
O Porto Beer Fest também tem organização da Porto Lazer e está integrado no programa das festas de São João, que se prolonga até 26 de junho. Expliquemos, então, tudo o que é preciso saber:
O que é que vou poder beber?
Com a presença confirmada de 30 cervejeiros e 200 tipos de cerveja diferentes, dos quais cerca de metade são internacionais, a resposta podia resumir-se a “muita coisa”. Essencialmente, os produtores com maior presença são espanhóis, dinamarqueses, ingleses e escoceses. Octávio Costa destaca a italiana CR/AK Brewery, “que é um dos grandes case studies da Europa”, bem como a dinamarquesa Mikkeller e a escocesa BrewDog, cujo programa de televisão, Brew Dogs — Reis da Cerveja Caseira, teve direito a transmissão aos domingos na SIC Radical. De Espanha chegam, por exemplo, a Terapia de Ballut, fabricada em Badajoz. E da aparentemente pacata Ourense chega a In Peccatum Brewery, com o seu design mórbido.
Sem esquecer o que foi dito atrás sobre a evolução das marcas nacionais, Octávio Costa assegura que também vão “apostar muito nas cervejeiras portuguesas. A Praxis, Cerveja Amphora, Rolls Beer, Burguesa e a Dois Corvos são alguns exemplos, assim como a minhota Letra e a Musa, cerveja “para pessoas que pensam ‘está-me mesmo a apetecer beber uma cerveja’, feita por pessoas que pensam ‘está-me mesmo a apetecer fazer uma cerveja'”. Alguns dos representante destas marcas vão estar presentes para conduzirem um workshop de provas cervejeiras.
Disse workshops? Quer dizer que há mais atividades para além de verter garrafas e canecas?
É verdade. “As pessoas poderão falar com os produtores, ou seja, o Porto Beer Fest não é só para beber. Gostamos de passar a mensagem e explicar o que é este boom”, explica Octávio Costa. Haverá um espaço próprio para showcooking, onde o público vai poder saber tudo sobre harmonizações com cerveja. Uma das harmonizações é da responsabilidade da Confraria Abade de Priscos, que vai mostrar como as stout ligam bem com doces. Degustações, provas comentadas, masterclasses e labshops de empreendedorismo cervejeiro (isso mesmo) completam o cardápio.
E não só. Há animação paralela aos comes e beber, como performances, teatro e música ao vivo de diferentes estilos — por agora está confirmada a Fanfarra Kaustica. E como o festival acontece durante o Europeu de futebol, o recinto vai ter um ecrã gigante para transmissão dos jogos.
Giro. E para comer, vai haver alguma coisa?
Então não vai. Para forrar o estômago vão estar estacionadas nos Jardins do Palácio de Cristal entre 16 e 20 carrinhas de comida de rua. “Foram escolhidas a dedo, para não haver repetição”, garante o organizador. Os petiscos da Comida de Rua vão lá estar, assim como a Road Tripas. Até comida basca vai haver.
Então e a que horas posso passar por lá?
O Porto Beer Fest acontece nos dias 16, 17, 18 e 19 de junho, ou seja, de quinta-feira a domingo. Nos dois primeiros dias funciona das 17h00 à 01h00. No sabado abre às 13h00 e encerra à 01h00. No domingo também abre às 13h00, mas fecha as portas às 22h00.
Quanto é que tudo isto me vai custar?
Isso depende da vontade de beber (e de comer). A entrada no local é gratuita e a maior parte das cervejas à venda custam entre 2€ e 2,50€. Depois há algumas mais caras, nomeadamente as que são maturadas em cascos de vinho do Porto, atingindo normalmente os 4€. Ninguém é obrigado a comprar nada, mas é natural que com tanta cerveja à vista a sede comece a apertar. Quem só quiser provar as cervejas pode adquirir o copo oficial do evento por 2,50€.