As universidades e os institutos politécnicos vão ser avaliados, em 2017, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), informou esta sexta-feira o seu presidente, assinalando que as avaliações serão feitas “como um todo”, e não curso a curso.

O presidente da A3ES, Alberto Amaral, falava aos jornalistas, em Lisboa, no final da conferência “Refletir sobre o passado e o futuro da avaliação e acreditação do ensino superior em Portugal”, com a participação do ministro e da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.

O ex-reitor da Universidade do Porto explicou, introduzindo a medida como “uma novidade”, que a A3ES, em vez “avaliar curso a curso”, num total de mais de 5.000, irá avaliar o funcionamento de 150 universidades e institutos politécnicos existentes em Portugal, públicos e privados, “como um todo”, tendo em conta, nomeadamente, as acreditações dos cursos emitidas.

A avaliação institucional antecede o segundo ciclo de acreditação e avaliação de cursos pela A3ES, que se inicia em 2018, com uma duração de cinco anos. O primeiro, que começou em 2009, termina em 2016.

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Alberto Amaral adiantou que, para as universidades e os institutos politécnicos com “um bom passado de qualidade”, a avaliação dos cursos em funcionamento será feita, a partir de 2018, com base numa amostra.

Em contrapartida, para as instituições “mais frágeis”, serão “avaliados todos os cursos”.

Trata-se, de acordo com o presidente da A3ES, de premiar as melhores instituições de ensino superior com um “sistema de avaliação de cursos mais simplificado e flexível”.

Uma outra alteração no processo de avaliação de cursos, mas ainda “em discussão”, sublinhou, será fazer uma maior distinção entre o ensino universitário (formação mais científica) e politécnico (formação técnica especializada), o que implicará que as “avaliações terão de ser diferentes”.

O dirigente da A3ES concorda, no entanto, que os institutos politécnicos possam atribuir doutoramentos, de caráter profissional, em ligação com as empresas, “desde que tenham capacidade para o fazer” e haja “uma avaliação exigente”.

A ideia, sobre a qual o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas revelou reservas, alegando a especificidade das instituições, tem sido defendida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

Atualmente, os doutoramentos constam exclusivamente do ciclo de estudos das universidades.