É uma “zona inóspita e inacessível para os peões” atualmente, mas no futuro deverá ter “uma nova polaridade urbana, atrativa para a fixação de funções de maior centralidade”. A Praça de Espanha, em Lisboa, vai mudar. Além de um parque urbano, a principal novidade proposta pela autarquia prende-se com a criação de dois grandes cruzamentos naquele local.
Neste momento, a Praça de Espanha é um espaço malfadado da capital. Dominada pelo trânsito automóvel, a circulação e usufruto de peões por ali é inexistente. A câmara quer mudar isso, propondo a “libertação e descongestionamento do espaço público a favor do peão”, nomeadamente “através da criação de um amplo parque urbano”.
Por isso mesmo, as duas faixas que hoje cortam a praça ao meio vão desaparecer. Em alternativa, a Av. Calouste Gulbenkian será prolongada até à Av. de Berna e a Av. Columbano Bordalo Pinheiro será esticada até à Av. Santos Dumont. Aparecem assim dois grandes cruzamentos, de acordo com o proposto pela consultora Transportes, Inovação e Sistemas (TIS).
No estudo a que o Observador teve acesso, a TIS explica que a requalificação da Praça de Espanha “pretende transformá-la numa área aprazível, mais facilmente acessível aos peões, onde a presença de eixos rodoviários seja reduzida”. Passam ali sensivelmente 9.500 veículos na hora de ponta da manhã e 8.600 na hora de ponta da tarde.
A requalificação da Praça de Espanha está a ser pensada pelo menos desde 2012 e já se sabia que seriam eliminadas faixas de rodagem para que as zonas verdes pudessem aumentar. Por outro lado, e ao abrigo de uma permuta feita entre a autarquia e o Montepio e a companhia de seguros Lusitânia, estas instituições deverão construir as novas sedes naquele espaço, no lote que separa as avenidas Santos Dumont e de Berna.