O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) decidiu substituir o subdiretor do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, e o Diretor de Educação e Doutrina do Exército, disse à Lusa o porta-voz do ramo.

Questionado pela Lusa, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, disse que “foi nomeado Diretor de Educação o Major-General João Reis, sucedendo ao Major-General Cóias Ferreira”.

Prevê-se também, adiantou, que o tenente-coronel António Grilo, subdiretor do Colégio Militar, “seja nomeado para o exercício de novo cargo”, quando terminarem as atividades escolares naquele estabelecimento de ensino, que ainda decorrem.

Estas alterações são “efetuadas em conformidade com as Normas de Nomeação e Colocação dos Militares do Exército e no cumprimento das prioridades estabelecidas” pelo CEME, Rovisco Duarte.

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O ex-diretor de Educação e Doutrina do Exército exerce agora o cargo de 2º comandante do Comando das Forças Terrestres, adiantou.

O tenente-coronel António Grilo foi o autor das afirmações publicadas numa reportagem no jornal `online´ Observador no passado dia 1 de abril a assumir a existência, entre alunos, de situações de exclusão em função da orientação sexual.

“Nas situações de afetos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos”, afirmou.

As declarações do subdiretor do Colégio Militar levaram o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, a pedir, interna e publicamente, esclarecimentos ao Chefe do Estado-Maior do Exército, que dias depois se demitiu.

Na semana passada, o Exército divulgou um comunicado com as conclusões da Inspeção realizada ao Colégio Militar no início de maio, que não detetou situações de discriminação em função da orientação sexual ou outras.

Apesar disso, o general Rovisco Duarte decidiu criar um grupo de trabalho para rever o Regulamento Interno do Colégio Militar “no sentido de reforçar a mitigação de eventuais riscos que possam conduzir a qualquer forma de discriminação ou que possam colidir com outros valores centrais definidos na Lei e na Constituição da República Portuguesa”.