O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, propõe, num artigo a publicar na segunda-feira pelo diário “Frankfurter Allgemeine”, substituir a atual Comissão Europeia por um autêntico governo europeu controlado por um parlamento bicameral.
Uma das câmaras seria o atual Parlamento Europeu (PE), enquanto a segunda seria formada por representantes dos governos dos Estados-membros da União Europeia (UE).
Segundo Schulz, este esquema é conhecido dos cidadãos pela experiência dos respetivos países e ajudaria a tornar mais transparentes as decisões dentro da UE.
Desta forma, qualquer cidadão descontente deixaria de se expressar sobre a União no seu conjunto, abrindo-se, por outro lado, a possibilidade de eleger, a partir das urnas, um governo europeu.
Schulz escreve que um dos problemas que tem atualmente a UE é que os cidadãos não sabem exatamente o que faz e por vezes vê-se responsabilizada por problemas que têm origem em decisões tomadas pelos Estados-membros.
Para Schulz, não se trata de pedir “mais Europa”, mas sim de definir com clareza “o que os cidadãos podem esperar da UE”.
A União Europeia, segundo Schulz, deve concentrar-se em assuntos que os Estados-membros não podem resolver em separado e não entreter-se com problemas que podem solucionar-se no âmbito regional ou nacional.