O ministro da Defesa esteve esta tarde reunido com o general Manuel Teixeira Rolo, chefe do Estado Maior da Força Aérea (CEMFA) na base aérea do Montijo, onde se deu o acidente com o Hércules C-130 que provocou três vítimas mortais. Segundo comunicado oficial, Azeredo Lopes esteve a avaliar a situação com os responsáveis do ramo e cancelou a agenda que tinha para hoje: uma sessão de esclarecimento na sede da Federação do PS de Braga às 21h30.
O ministro deslocou-se esta tarde à Base Aérea do Montijo para “manifestar o profundo pesar pelos acontecimentos que resultaram na morte trágica de três militares da Força Aérea”. O ministro reuniu-se ainda com o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Rolo, que recebeu as condolências e informou o ministro sobre as circunstâncias do acidente e o apoio prestado às vítimas e aos seus familiares, segundo indica ainda o comunicado enviado às redações.
Na sequência do acidente desta segunda-feira, a Comissão Central de Investigação da Força Aérea iniciou de imediato o processo de investigação respetivo. Este inquérito vai apurar o que provocou três mortos e um ferido grave na sequência de um incêndio a bordo na parte da frente do avião, antes de a aeronave levantar voo. A bordo deste avião de carga iam sete pessoas, todas militares. A informação foi confirmada pelo Observador junto da Força Aérea. Os elementos relativos ao número de mortos foram confirmados pelo INEM à Lusa.
A TVI 24 tinha adiantado que as outras vítimas do acidente estavam em avaliação médica. De acordo com a Autoridade Nacional da Proteção Civil, o alerta foi dado às 12h20 e as operações começaram cerca de uma hora depois, mobilizando 48 operacionais e 15 veículos.
Segundo avançou o Notícias ao Minuto sem citar fontes, dois capitães morreram na sequência do acidente a tentar salvar um tenente-coronel. Os dois capitães conseguiram sair do C-130, mas voltaram para trás para ajudar o tenente-coronel que havia ficado para trás, preso no interior do aparelho.
Contactada pelo Observador, o porta-voz da Força Aérea apenas confirmou a ocorrência do acidente e remeteu mais informações para um comunicado de imprensa a ser divulgado no final do dia de hoje, dizendo apenas que “a prioridade neste momento é perceber o estado da tripulação”.
A Força Aérea Portuguesa tem sofrido com a escassez de verbas para manutenção e falta de pilotos. Mas, sabe o Observador, o CEMFA tem repetido nas idas à Assembleia da República e a outras entidades que os pilotos não voam quando as aeronaves não estão operacionais e quando não gozaram as horas exigidas de descanso. Não se sabe ainda, no entanto, se o problema do avião teve a ver com manutenção ou se a avaria teve outras origens.
A Esquadra 501 tinha seis C-130 desde 1977. Neste momento, um serve de peças para os restantes. Três estavam em manutenção e dois estavam operacionais.