De acordo com os números da agência das Nações Unidas para a Infância, das 244 mil crianças que sofrem de desnutrição aguda grave no estado de Borno, no nordeste do país, quase 50 mil podem morrer se não receberem tratamento imediato.

“134 crianças morrerão em média por dia por causas relacionadas com a desnutrição aguda, se a resposta não aumentar rapidamente”, advertiu o diretor regional da Unicef para a África Ocidental e Central, Manuel Fontaine, num comunicado, citado pela agência espanhola Efe.

Fontaine, que acaba de visitar a região, pediu a colaboração da comunidade internacional, sublinhando a “necessidade” de “todos os aliados e doadores” darem “um passo em frente para evitar que morra mais uma criança sequer”.

De acordo com a Unicef, a crise alimentar na região torna-se mais visível à medida que as tropas da força multinacional vão recuperando o controlo de territórios em poder do Boko Haram e estes se tornam acessíveis à ajuda humanitária.

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Os locais que agora estão acessíveis apresentam um panorama desolador, com cidades completamente destruídas que acolhem pessoas deslocadas, sem acesso a condições adequadas de higiene, água ou alimentos.

O diretor regional da UNICEF advertiu que a situação irá piorar nos próximos meses, uma vez que as organizações humanitárias ainda não têm acesso a quase dois milhões de pessoas que vivem em áreas pouco seguras.

Nos sete anos que dura o conflito, o grupo terrorista Boko Haram assassinou mais de 12 mil pessoas, de acordo com estimativas governamentais, obrigando mais de 2,5 milhões de pessoas a abandonar as suas casas.