Muito por força da crise que o País tem atravessado nos últimos anos, cada vez mais os jovens e os pais, ou pela ordem inversa, se preocupam com as saídas que os diferentes cursos apresentam em termos de empregabilidade. E se é o teu (ou o seu) caso, fica a saber que, no próximo ano letivo, vão ser postas a concurso 1.884 vagas, distribuídas por 25 cursos que em dezembro de 2015 registavam 0% de desemprego. É isso mesmo: zero.
Da Medicina, como não poderia deixar de ser, à Informática, passando pela Matemática e por alguns cursos ligados às ciências, mas também, por exemplo, Línguas, Literaturas e Culturas, na Universidade do Algarve, são 25 os cursos que constam deste ranking, com as instituições universitárias a dominarem.
É certo que correspondem apenas a 2,4% do total de 1.060 cursos que vão abrir vagas a partir desta quinta-feira, mas a verdade é que há muitos outros com taxas de desemprego muito baixas, como é possível confirmar consultando o Portal Infocursos e cruzando essa informação com a que agora a Direção Geral do Ensino Superior disponibiliza, relativa às vagas que vão abrir no próximo concurso.
Curiosamente, um desses cursos com taxa de desemprego de 0% até pede uma média de entrada abaixo de 10 valores (97,7). Em causa está o curso de Informática na Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, que abrirá 45 vagas no próximo ano.
Há umas semanas, o Observador já tinha publicado um artigo sobre os cursos com mais e menos desemprego, e naquela altura apontou para 37 cursos com desemprego zero. Acontece que lá foram tidos em conta também cursos ministrados no ensino privado e cursos que estiveram a funcionar no presente ano letivo. Este artigo reflete as vagas disponíveis para 2016/17 e contempla apenas os cursos em instituições de ensino públicas.
É importante, porém, frisar que este tipo de dados sobre o desemprego podem não corresponder completamente à realidade, pois baseiam-se em inscritos em centros de emprego e um aluno recém-licenciado pode estar no desemprego e não se ter inscrito num centro de emprego, ou estar a trabalhar noutra área que não a do curso que tirou. Além do mais, o desemprego que se regista no momento pode mudar nos próximos anos e quando o aluno sair para o mercado pode ter outras oportunidades, dentro ou fora de Portugal. Apesar destes constrangimentos, estes são os únicos dados oficiais que existem e que ajudam a ter uma noção das saídas dos vários cursos que vão abrir vagas no próximo ano letivo.