São as caravelas dos tempos modernos e apareceram para aproveitar a nossa ligação com o mar. Vendem fatos de banho, calções, óculos de sol, toalhas originais ou chinelos de cortiça e arruinaram com a frase “vais ao Brasil? Então traz-me um biquíni”. Feitas em Portugal, quase todas no Norte, muitas têm loja online e já olham lá para fora. Porque o país pode ter cinco meses de bom tempo e estar à beira-mar plantado, mas ninguém quer ficar à sombra da bananeira.

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Vertty

Ver a toalha de praia sob um novo ângulo resultou, para a Vertty, num triângulo. A marca redesenhou um dos objetos mais transversais do areal e encheu-o de arestas — oito triláteros, na verdade. A ideia foi do designer Frederico Cardoso e traz dois bónus: a toalha é cerca de 10% maior do que a retangular tradicional e inclui um bolso impermeável para guardar o telemóvel ou outros bens pessoais. Está disponível em nove cores, na loja online.

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Uma toalha cheia de arestas é a proposta da Vertty.

Futah

Duas irmãs e dois países estão por trás da Futah — a marca é portuguesa, o algodão é egípcio. Mariana e Catarina Cunha optaram por esta matéria-prima por ser mais leve e secar mais rapidamente, o que se quer quando se fala em toalhas de praia. Desde 2013 têm idealizado os padrões divertidos de cada modelo, seja o singular, o de criança ou — uma novidade deste ano — o XL, para quatro pessoas. Para além das lojas em Campo de Ourique, em Cascais e no Porto, as toalhas estão também à venda na loja online e, até setembro, na Pop-up Store da Rua do Alecrim, em Lisboa.

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Algumas das toalhas Futah à venda na Pop-up Store da Rua do Alecrim. Foto: Fábio Pinto/Observador

Origama

Com duas estacas e aberturas no tecido a Origama resolveu toda uma logística da praia. A criação já se tornou famosa e venceu até o Prémio de Produto do Ano em 2013: uma toalha de algodão que se transforma numa cadeira e ainda se enrola em forma de saco, para levar ao ombro. Desde a eureka de Pedro Ravara e Francisca Falcão, a marca não parou de crescer. Para além da loja online, entretanto chegaram novos produtos: toalhas que podem ser personalizadas graças a um sistema de alças amovíveis vendidas separadamente, chapéus de sol, mochilas, almofadas e até um para-vento que repete a brincadeira do dois-em-um e se transforma em tenda graças a quatro estacas e alguns encaixes.

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O que parece ser uma simples toalha transforma-se em “chaise longue” graças a um sistema de estacas cruzadas. Foto: Origama

Toalhas? Não, panos

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Em vez das tradicionais toalhas retangulares, há quem esteja a apostar em panos de praia redondos. É o caso da Indigo e da Summerland, duas marcas de Lisboa que os fabricam com padrões originais e franjas no rebordo.

Péu

Logo em 2013, ficou claro: há vida para além dos guarda-sóis às riscas ou com logótipos de cafés e gelados. Em jeito de diminutivo, a Péu nasceu precisamente para isso: trazer padrões mais divertidos aos tradicionais chapéus de sol pela mão de duas amigas, Joana Cruz — a animadora de rádio — e Rita Fonseca. Flamingos, tucanos, smarties, palmeiras e zebras — todos já foram chamados a dar sombra, em chapéus com dois tamanhos diferentes: com um diâmetro de 1,60 metros (75€) ou de 1,80 (95€). Sempre com franjas ou bordado inglês no acabamento, à anos 80.

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Os padrões são ao mesmo tempo divertidos e retro. Foto: Péu

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Cantê

Mariana Delgado e Rita Soares fizeram uma viagem ao Brasil para festejar o final da licenciatura mas acabaram por transformá-la numa despedida do curso. Em 2011, disseram adeus à formação em arquitetura para se dedicarem a 100% à Cantê. “Tivemos imensas amigas a pedirem o costume — ‘tragam-me biquínis’ — e nós próprias íamos com a intenção de comprar alguns porque era o que se fazia, não havia em Portugal marcas de swimwear diferentes”, contou Rita ao Observador na altura em que a marca abriu uma loja no Chiado. De lá para cá, é possível vestir não só as amigas mas também mães, filhas — na linha My First Cantê — e até o iPhone, em capas com os padrões tropicais da marca.

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Uma das imagens da campanha de verão 2016, “The Journey – a love letter”. Foto: Cantê

+351

Era o indicativo que Ana Penha e Costa marcava para ligar para casa: +351 e o português ficava menos cantado mas mais familiar. A viver no Rio de Janeiro, a acabar o mestrado em moda e a fazer um estágio na Osklen, a designer teve a certeza: queria desenhar as suas próprias peças e ter a sua própria marca. Em junho de 2014 a também surfista lançou a +351, inteiramente feita no norte de Portugal. Este ano a marca abriu a primeira loja própria na Rua Poiais de S. Bento, em Lisboa, e é lá, ou na loja online, que pode encontrar não só os fatos de banho e biquínis mas também toda uma coleção de roupa com um pé na cidade e outro na praia, para homem e mulher.

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A coleção de primavera-verão chama-se “Space Yourself” e inclui padrões com uma espécie de universo paralelo feito de emoji, estrelas e planetas. Foto: +351

O fenómeno das marcas de fatos de banho

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Os sapatos que se cuidem porque os fatos de banho estão-se a preparar para tomar de assalto o topo da indústria nacional. A lista de marcas portuguesas de swimwear continua a crescer e entre as mais talentosas têm de se incluir estas oito:

DCK

Para ter uma ideia da dimensão que já atingiu a DCK, basta dizer que na nova loja da marca, no Chiado, há mais de 350 opções de calções de banho para homem. Duarte Costa começou por vender calções que tinha trazido da Indonésia aos amigos, mas em 2012 foi para fora cá dentro e andou pelo norte do país à procura de fábricas para produzir os seus próprios pares. Há seis modelos diferentes numa infinidade de padrões e artigos novos de duas em duas semanas, todo o ano. Afinal, é sempre verão em algum lugar do planeta.

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Uma das imagens do “lookbook” deste ano. Foto: DCK

Latitid

É uma coincidência feliz que a loja da Latitid esteja dentro da Embaixada, no Príncipe Real, porque a marca é feita de várias geografias. O nome vem daí, e são várias as latitudes que respiram nos biquínis e fatos de banho da marca. A Latitid surgiu em 2013 para “aproveitar a janela de oportunidade das condições climatéricas e geográficas em que Portugal se insere”. A primeira coleção foi inspirada no Porto, cidade natal das três fundadoras, e depois seguiu-se Barcelona, Londres e, este ano, Istambul. Ou seja: a marca é portuguesa e feita no Norte mas pode contar com estampados a piscar o olho ao Oriente nos cortes quase sempre geométricos. E com a latitude do local de inspiração na etiqueta.

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A coleção deste verão é inspirada em Istambul e por isso mesmo as peças estão marcadas com a latitude 41º00’38.18’’N, que corresponde ao Graand Bazaar. Foto: Latitid

Motoreta Lisboa

Apesar de os calções serem para eles, é uma mulher que está por tudo. Madalena França vive rodeada de homens em casa e este verão decidiu que era altura de inovar o guarda-roupa masculino. Em abril criou a Motoreta Lisboa e é uma das principais dinamizadoras da Pop-up Store que tomou conta da Rua da Alecrim e onde divide espaço com a Futah e a MDMA Shoes. Para além dos calções de banho, que existem para adultos e crianças dos seis aos 12 anos, a marca vende também t-shirts com bolsos a condizer. Tudo entre os 17,90€ e os 49,90€.

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Os calções Motoreta Lisboa custam 34,90€ (para crianças entre os 6 e os 12 anos) ou 49,90€, na versão para adultos. Foto: Fábio Pinto/Observador

Papua

Quando a criatividade fala mais alto, o curso que ‘sa f***. O mantra, roubado ao título de um artigo do Observador (por sua vez inspirado em Cristiano Ronaldo), aplica-se que nem uma luva aos criadores da Papua. Licenciados em Marketing e Direito, em 2012 Marta Santos e o namorado deixaram a sua área académica para lançar a marca de swimwear. Ao quarto verão todos os biquínis, tríquinis e fatos de banho continuam a ser produzidos em Portugal e inspirados na natureza. O melhor ponto de venda? A loja online.

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Uma das imagens da campanha de verão. Foto: Papua

Fio Rosa

Num segundo andar dos Anjos nascem os biquínis, triquínis e fatos de banho da Fio Rosa. Valcinete Lima, brasileira a viver em Portugal, desenha todos os modelos e padrões de cada peça desde 2006. Pode visitá-la na loja por baixo do atelier na Rua Passos Manuel, 102, em Lisboa, ou comprar os fatos de banho online.

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Cada modelo é feito num máximo de 20 unidades, para não ver fatos de banho repetidos na praia. Foto: Fio Rosa

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Caia

Pioneira na vaga de almofadas de praia giras, Inês Fortunato criou a Caia em 2012 para zelar pelo pescoço (e o gosto) dos portugueses. Em 2014 veio o cabo náutico, para transportar a almofada ao ombro, e a verdade é que já não sabemos ir à praia sem uma delas. Vale a pena navegar pela loja online e espreitar também as coleções antigas, muitas vezes com promoções.

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As almofadas custam 24€ e vêm com um cabo que serve para transportar e se pode tirar graças a um mosquetão. Foto: Caia

Kupy

E depois de décadas a andar com a cadeira a caminho da areia, a Kupy resolveu cortá-la pela metade e desenvolver o conceito de encostos de praia. A ideia já esteve no programa Shark Tank e consiste numa espécie de triângulo em alumínio e lona para pousar na areia e encostar as costas ou o pescoço. Uma fita garante que não se cai para trás nem se fica com um torcicolo. À venda por 16€ através do e-mail kupy.info@gmail.com.

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Os encostos são de lona, lisos ou às riscas. Foto: Kupy

Maria Cenoura

Mafalda Beirão estava farta daquela sensação de encostar a cara na almofada de praia e ficar com ela colada à pele. Para fugir ao plástico tão usado no mercado, lançou a Maria Cenoura juntamente com a mãe, que trata da parte da costura. Todas as almofadas são num tecido impermeável que não cola e pode ser lavado à mão. Todas têm, também, padrões originais. Depois da linha batizada com nomes de praias portuguesas e com desenhos de Cátia Tomé, este verão chegou também uma coleção cápsula feita em parceria com a B.Kini, outra marca portuguesa de swimwear cheia de talento. Há três almofadas a condizer com o fato de banho, para subir ainda mais a parada de ir para a praia em estilo. Sempre ao mesmo preço: 19€.

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Uma das almofadas da coleção feita em parceria com a B.Kini. Foto: Maria Cenoura

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As Portuguesas

Portugueses, conheçam AS PORTUGUESAS, escrevíamos em abril no Observador. Não parece, mas estávamos a falar de chinelos. A ideia nasceu dentro da start up Ecochic, em parceria com a Amorim Cork Ventures, única incubadora do mundo que se dedica exclusivamente a negócios em torno da cortiça. Sim, porque esta sola não engana: com a cortiça como base, a marca vende 11 modelos de chinelos, para homem e mulher. Na loja online há pares coloridos, outros com bolas, com formas geométricas, simples e também com cores neutras.

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Os chinelos custam entre 26,90€ e 39,90€. Foto: As Portuguesas

Lemon Jelly

Preparada para a chuva ou o sol, a Lemon Jelly tanto vende chinelos como galochas. E não tem apenas designers, tem cientistas. Depois de 40 anos a desenhar e a fabricar solas para marcas de todo mundo, o calçado feito em nome próprio é o resultado de investigações conduzidas no Centro Tecnológico do Calçado de Portugal. O resultado? Não há nada de origem animal, 15% dos sapatos são de material reciclado e as palmilhas absorvem melhor o impacto. Com um bónus: a coleção de verão está cheia de padrões divertidos como limões ou flores 3D.

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Chinelos Lemon Jelly, 20,93€.

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Fora (loja)

Miguel Barral e João Veiga começaram por vender óculos vintage, mas quando o stock acabou não tiveram outro remédio: criaram a sua própria marca. A Fora surgiu no verão de 2013 e com ela chegaram os óculos de sol com personalidade: Hipster, Dreamer, e por aí fora. A loja/showroom da Avenida Álvares Cabral, em Lisboa, é uma excelente montra para apreciar os diferentes modelos, que demoram três meses a serem feitos à mão. Mas tem também a loja online para espreitar as novidades e as imagens da mais recente campanha, verdadeiramente inspiradoras.

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Uma das fotos da campanha de primavera-verão, One Green Leaf. Foto: Fora

Darkside

Das armações à bolsa de pele, os óculos da Darkside são todos feitos à mão em Portugal. E não têm nenhuma relação com Darth Vader ou o outro lado da Força. Por trás do nome está, na verdade, uma marca sofisticada, que só vê tudo escuro graças às lentes CR39. Tal como na Fora, o acetato é italiano e cada modelo tem características singulares. Neste momento há cinco acabados de lançar e disponíveis em várias cores, do azul ao transparente.

https://www.instagram.com/p/BIAl8-zDt9P/

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Lona

Das cadeiras às louças, quase todos os artigos da Lona são como as barraquinhas da praia: às riscas. Como diz o nome, a marca criada em 2010 e sedeada em Braga quis recuperar um tecido que em Portugal é usado há mais de um século, dando-lhe novas funções contemporâneas. Há individuais para a cozinha, almofadas, cestos, tapetes e — no tema que aqui nos traz — um sem fim de acessórios para a praia, desde alpergatas a chapéus, passando por para-ventos, cadeiras e vários tipos de malas, incluindo aqueles sacos à marinheiro, tão difíceis de encontrar. Apesar do padrão, a marca não está só à beira-mar — está presente nos quatro cantos do mundo e tem vários pontos de venda em Portugal.

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Para além das malas há chapéus, bolsas e alpercatas. Foto: Lona

Companhia das Cestas

Não são só as Louis Vuitton que têm direito a monograma. Na Companhia das Cestas, qualquer pessoa pode ter a sua mala personalizada com iniciais. Feitas por artesãos no Algarve e em empreita de palma, as cestas são pintadas à mão por mãe e filha e podem, portanto, incluir o nome da cliente, que pode também escolher as cores das letras. A marca vende ainda clutches igualmente pintadas à mão e também cestas em miniatura, para honrar a ligação das fundadoras e ter mães e filhas a condizer.

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As cestas personalizadas por encomenda custam entre 50€ e 60€. Foto: Companhia das Cestas