Segundo um comunicado da UC, o projeto, financiado pela Association Francaise Contre les Myopathies, consiste na transplantação de células estaminais neurais em ratinhos (murganhos) com a doença para avaliar se desencadeia efeitos benéficos.
“A aprovação deste projeto por uma agência de financiamento de renome internacional demonstra que o trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos tem qualidade e relevância científica e a importância deste estudo para o avanço do conhecimento no campo da neurotransplantação”, refere a investigadora Liliana Mendonça, do Centro de Neurociências e Biologia Celular, citada na nota.
O estudo, segundo a responsável, pretende demonstrar “a possibilidade de obter células estaminais neuraus específicas do doente, evitando problemas de rejeição imunológica de células de indivíduos diferentes e questões éticas associadas a outras fontes de células estaminais como os embriões humanos”.
“O transplante de células estaminais neurais poderá ser uma estratégia terapêutica com potencial de substituir neurónios perdidos e/ou danificados e ativar mecanismos de neuroproteção que permitem reduzir a perda neuronal que é significativa nesta doença neurodegenerativa”, explica Liliana Mendonça.
A doença Machado-Joseph é uma doença incurável, fatal e hereditária de grande prevalência nos Açores, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.
A Association Francaise Contre les Myopathies está focada em doenças neuromusculares e atribui financiamentos a programas de investigação internacionais com qualidade.