A empresa tecnológica Samsung vai retirar telefones Galaxy Note 7 do mercado em dez dos doze países onde o dispositivo já tinha sido disponibilizado. Nas últimas semanas vários utilizadores queixaram-se de que o telemóvel se desligava sozinho e que a bateria explodia quando era posta a carregar. Até esta sexta-feira tinham sido vendidos cerca de 2,5 milhões de exemplares do telemóvel em todo o mundo.
A empresa sul-coreana garantiu que irá substituir, temporariamente, telemóveis vendidos em dez dos países. Pelo que foi possível apurar, a marca irá oferecer um outro modelo do telemóvel até conseguir enviar os novos dispositivos, um processo que poderá demorar duas semanas, informa a Samsung.
A Samsung emitiu um comunicado onde explicava que tinham sido identificados 35 casos a nível global e que a empresa estava a realizar um estudo para identificar baterias afetadas no mercado. No comunicado pode ainda ler-se: “Porque a segurança dos nossos clientes é uma prioridade absoluta na Samsung, parámos de vender o Galaxy Note7“.
A empresa garante também no comunicado que irá substituir o dispositivo por um novo.
O presidente do ramo de telemóveis da marca, Koh Dong-jin, explicou ao The Guardian que o problema com os telemóveis se devia a um defeito na bateria e reforçou que as baterias dos dispositivos da marca são desenvolvidas e fornecidas por “duas ou três empresas”, entre as quais a Samsung SDI.
Um porta-voz da empresa disse ao El Mundo que o problema se resolvia com uma troca de bateria. A Samsung apresentava como uma das cartas trunfo do telemóvel a sua bateria e rapidez a recarregar.
O primeiro caso conhecido de falhas no telemóvel aconteceu quando no dia 24 de agosto um utilizador publicou num fórum online a imagem de um Galaxy Note7 queimado.
A Samsung SDI, uma empresa do mesmo grupo que fornece as baterias para o aparelho, adiantou esta quinta-feira que não tinha recebido nenhuma informação de que elas tinham algum defeito. No entanto, várias pessoas colocaram vídeos e imagens do dispositivo danificado de forma a alertar os outros utilizadores.
https://twitter.com/AndyYEEEEE/status/771030085633736704
https://twitter.com/Polansski/status/769205488776908800
O dispositivo estava planeado para ficar disponível em Portugal a partir do dia 9 de setembro e custará 879 euros. O Galaxy Note7 esgotou na fase de pré-compra em Portugal, uma semana depois do início da campanha, a 16 de agosto.
Alguns utilizadores colocam a hipótese de que a explosão se tenha devido à utilização de um cabo USB “não-oficial”.
https://twitter.com/Mike__Le/status/771210584314359808
Esta quinta-feira a Samsung tinha atrasado o envio de algumas encomendas do novo Galaxy Note 7 depois de surgirem relatos de utilizadores que se queixavam do sobreaquecimento dos dispositivos. Segundo os proprietários, o telemóvel incendiava-se e, em alguns casos, chegava a explodir.
De acordo com o jornal The Telegraph, vários utilizadores do aparelho afirmaram que ele se incendiou espontaneamente quando estava a carregar. A empresa já esclareceu que suspendeu as vendas para três fornecedores na Coreia do Sul, mas não adiantou se este problema afetou outros mercados.
Estas falhas com o novo dispositivo podem prejudicar a empresa, que contava com o Galaxy Note 7 para enfrentar os novos iPhones 7, que serão lançados no dia 7 de setembro.
Este atraso das vendas já se fez sentir nas ações da empresa sul-coreana, que caíram 2% esta quinta-feira.
Texto editado por Miguel Pinheiro