O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) defendeu esta terça-feira, à chegada a Lisboa, que a participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos Rio2016 superou as melhores expetativas, com a conquista de quatro medalhas de bronze e 25 diplomas.
Cerca de meia centena de familiares e amigos receberam com grande entusiasmo os 37 atletas que disputaram os Jogos no Rio de Janeiro no aeroporto Humberto Delgado, dos quais, como assinalou Humberto Santos, 25 ganharam diplomas olímpicos, ou seja, ficaram entre os oito melhores do mundo.
Foi uma missão muito para além das melhores expetativas. (…) Conquistámos quatro medalhas — em Londres tivemos três — e o número de diplomas que conseguimos, ou seja, o número de resultado de excelência que estes atletas atingiram, foi muito significativo”, observou o presidente do CPP.
Humberto Santos apelou à necessidade de “criar um quadro referencial de apoio diferente do atual”, reclamando para os atletas paralímpicos de elite “condições correspondentes a esse seu posicionamento”, acreditando que “foram dados passos muito significativos” nesse sentido.
O líder do CPP exemplificou com a questão da profissionalização, a qual, na sua opinião, não deve passar exclusivamente por bolsas monetárias mais generosas, mas também por proporcionar mais liberdade aos atletas trabalhadores para se dedicarem ao treino de alta competição.
Para o chefe de missão no Rio2016, Rui Oliveira, o desempenho dos atletas lusos também “foi manifestamente superior ao que seria expetável”, mas advertiu que “não aconteceram por acaso” e lembrou que “durante quatro anos trabalhou-se arduamente” para os alcançar.
Luís Gonçalves sentiu o “peso” de conquistar a primeira das quatro medalhas de bronze, na prova de 400 metros T12 (deficientes visuais): “Ouvi colegas meus dizerem que seria uma inspiração, não só para os que estavam lá, mas também para os que cá ficaram”.
O atleta paralímpico reviveu um sonho que nasceu há oito anos, em Pequim, onde conquistou uma medalha de prata, e saiu em defesa dos atletas olímpicos, que deixaram o Brasil com uma medalha de bronze conquistada, por intermédio da judoca Telma Monteiro.
Estão de parabéns porque pelo simples facto de estarem nos Jogos Olímpicos quer dizer que são os melhores do mundo. Não têm de ser criticados porque não trouxeram medalhas. Sei que todos eles fizeram o seu melhor”, disse Luís Gonçalves.
Manuel Mendes saiu “completamente satisfeito” do Rio de Janeiro, onde conquistou a quarta e última medalha de bronze para Portugal, na prova da maratona T46, para atletas com deficiência motora, depois de José Carlos Macedo (boccia, torneio individual BC3) e a equipa BC1/BC2 de boccia ter cometido idêntica proeza.
“Foram os meus primeiros jogos espero que não sejam os últimos. Corri a minha prova sem pressa de chegar aos da frente, subindo degrau a degrau (…) e na última volta, quando senti que estava a um minuto da medalha de bronze, foi cerrar os dentes e ir atrás do peruano… até o esfolar”, explicou.