O sinal está vermelho mas desta vez isso significa para avançar sem medos. Este outono, designers como Stella McCartney, Alberta Ferreti, Paco Rabanne, Nina Ricci e Simone Rocha resolveram vestir-nos de escarlate da cabeça aos pés. E se há quem core com a ideia de sair à rua como um adepto dos Diabos Vermelhos, a verdade é que esta cor tem sido associada a poder e a sucesso e é capaz de aumentar os níveis de confiança, tal como um batom — vermelho, claro — nos lábios.

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“Why empowered women are wearing red”, escreveu Erica M. Blumenthal no New York Times em maio deste ano, chamando a atenção para o facto de mulheres poderosas e no auge da sua carreira — como Beyoncé, Amy Schumer, Krysten Ritter e Blake Lively — estarem a escolher o vermelho para as suas digressões ou aparições na passadeira –adivinhe a cor — vermelha. “O amarelo simplesmente não transmite a mesma ferocidade inultrapassável”, resume Erica, deixando o repto: “O vermelho não é a cor mais fácil de usar, mas com alguma confiança você também pode ser bem-sucedida.”

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A mesma qualidade é reforçada pelos entendidos no assunto. “Excitante e dinâmico, o vermelho transmite uma confiança inequívoca”, escreve a Pantone no relatório de cores para o outono de 2016 onde inclui, como um dos tons da estação, o “Aurora Red”, um “vermelho arrojado, quente e sensual” que, em contraste com o resto da paleta da estação, “causa um impacto bem-vindo”.

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A cor mais antiga do mundo

Sensualidade e paixão são duas características que sempre se associaram ao escarlate, não fosse essa a cor do sangue que nos corre nas veias — e a cor capaz de tornar as mulheres mais atraentes aos olhos dos homens. Mas há mais no vermelho do que corações e sedução. O The Guardian chama-lhe mesmo a rainha das cores, primeira das primárias e a mais antiga do mundo.

“Andamos a ver vermelho [referência à expressão metafórica “seeing red”, que define alguém enfurecido] desde o neolítico, escreve o jornal britânico, referindo-se às pinturas rupestres feitas com um pigmento ocre retirado da terra. O próprio exército do império romano, refere o jornal na série de artigos dedicados à história das cores, usava vermelho por este estar associado, já na mitologia, à coragem e ao sangue — sangue esse que, por sua vez, é “um símbolo não apenas de morte mas também de vida, fertilidade e amor“.

Embora isso seja impensável nas sociedades ocidentais, na China as noivas casam com um véu vermelho, percorrem uma passadeira vermelha antes de dizer o sim e chegam mesmo a ser transportadas num carrinho aberto e ocre. A cor é de tal forma associada a felicidade e sorte que é permitida em casamentos mas não em funerais.

“O vermelho pode ser ao mesmo tempo alegre, honroso, corajoso e virginal, e pode ser exatamente o oposto, dependendo do contexto cultural”, resume o Guardian, lembrando como a cor está também associada à prostituição e ao famoso red light district.

Cor de luxo e de reis, de revoluções e dos movimentos dos trabalhadores, de velocidade e de perigo, o vermelho é feito de contradições, mas numa coisa é unânime: todos os veem, e por isso mesmo é um dos tons mais usados na estrada e na publicidade. E também na moda, pelo menos nesta estação.

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