Os credores da Grécia abandonaram esta terça-feira Atenas sem terem conseguido um acordo com o Governo sobre a segunda avaliação do plano de resgate, complicando a hipótese da conclusão das negociações antes do Eurogrupo de 05 de dezembro, como Atenas desejava.
As negociações entre ambas as partes prolongaram-se até de madrugada sem acordo em relação à reforma laboral, à liberalização do mercado energético e ao cumprimento dos objetivos orçamentais para 2018.
Segundo informaram fontes governamentais, o objetivo do executivo continua a ser conseguir um acordo antes de 05 de dezembro e as negociações continuarão por teleconferência entre os técnicos do executivo e dos credores – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
Fontes do executivo grego afirmaram que nos próximos dias poderia haver um acordo sobre o mercado da energia e o cumprimento dos objetivos orçamentais para 2018, mas sublinharam que a reforma laboral continua a ser o ponto de discórdia entre as partes.
O Governo quer restabelecer os convénios coletivos, eliminados no segundo programa de resgate da Grécia em 2012, uma das principais promessas eleitorais do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e evitar uma maior liberalização dos despedimentos coletivos e a restrição do direito à greve.
Por outro lado, os representantes dos credores opõem-se ao restabelecimento da negociação coletiva e também insistem na necessidade de impor uma maior flexibilidade no mercado de trabalho.
A posição governamental ficou muito debilitada na segunda-feira depois de a Associação de Empresas e de Indústria (SEV) – a associação patronal das grandes empresas – se ter retirado do bloco que formava com sindicatos e representantes das pequenas e médias empresas (PME) em defesa dos convénios coletivos e contra uma maior liberalização das relações laborais.
Numa reunião da ministra do Trabalho grega com as organizações patronais, a SEV posicionou-se ao lado dos representantes dos credores.