O eurodeputado Paulo Rangel considera que o secretário de Estado do Tesouro e Finanças deve “assumir as consequências políticas” pelo facto de o atual presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter estado em Bruxelas, mandatado pelo Governo, para discutir com a Comissão Europeia os termos de recapitalização do banco público. Nessa altura, António Domingues ainda não estava na Caixa. Mais: era administrador e vice-presidente do BPI.
Numa nota publicada esta quinta-feira no Facebook, o social-democrata considera que a decisão de nomear o atual responsável da CGD para a discussão com as autoridades europeias foi um ato “totalmente contrário à transparência, à ética republicana e é revelador da enorme falta de consideração que este Governo tem pelos contribuintes”. Por isso, e depois de o próprio secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, ter reconhecido que Domingues tinha sido escolhido pelo Governo para essa tarefa, “só resta” ao responsável “assumir as consequências políticas deste ato”.
Paulo Rangel entende, ainda, que António Costa tem de vir a público explicar “tudo, mas tudo e de uma vez” sobre o caso. “Que papel teve ele [António Domingues] no acordo para a isenção de obrigação de entrega da declaração de rendimentos? E agora, com este novo esclarecimento, como mandatou alguém para negociar a recapitalização da Caixa quando esse alguém era ainda administrador de outro banco e nem sequer tinha garantido que aceitaria o futuro cargo na Caixa?”