O Governo confirmou que António Domingues esteve em três reuniões antes de assumir funções na Caixa Geral de Depósitos (CGD). A confirmação foi feita, à TSF, pelo secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, Ricardo Mourinho Félix. A primeira reunião ocorreu a 24 de março, a segunda a 7 de abril e a terceira a 15 de junho.

Logo a 24 de março António Domingues deslocou-se a Frankfurt, como convidado, para participar num encontro entre o Ministério das Finanças e Daniele Nouy, presidente do mecanismo único de supervisão europeu.

A 7 de abril, António Domingues foi a Bruxelas para participar numa nova reunião, desta feita com a Direção-Geral de Concorrência (DGCOMP). E uma terceira reunião com a DGCOMP teve lugar a 15 de junho.

Pelo menos as duas primeiras reuniões aconteceram quando António Domingues era ainda quadro do BPI. Lembre-se que quando foi ao Parlamento, o administrador disse que foi convidado para a CGD a 19 de março e que a partir desse dia cessou funções no BPI, embora só tenha aceitado o convite a 16 de abril. Contudo, a comunicação do BPI à CMVM sobre a renúncia de Domingues data de 30 de maio. António Domingues assumiu a função de presidente da CGD a 31 de agosto.

O secretário de Estado do Tesouro garante, porém, que a António Domingues não estava na posse de qualquer informação privilegiada sobre o banco e que as reuniões serviram para o governo ouvir as autoridades europeias sobre a viabilidade dos traços gerais do plano de capitalização da CGD. Escreve a TSF que nessas reuniões foi ainda debatida a questão dos incentivos e remunerações da administração.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia e o BCE já tinham confirmado o atual presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, teve reuniões sobre a recapitalização da CGD com a presidente da Supervisão do BCE e com a Comissão Europeia quando ainda era oficialmente quadro de um banco concorrente: o BPI. Bruxelas disse ainda que a participação de Domingues aconteceu a pedido do Governo.

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