As economias mundiais estão em risco de um “choque grave de confiança” e os mercados financeiros podem sofrer uma correção “abrupta”, avisa o Banco Central Europeu (BCE) no relatório semestral de Estabilidade Financeira, divulgado esta quinta-feira.

“É provável que exista mais volatilidade no curto prazo e continua a ser significativo o potencial para uma inversão súbita” na relativa tranquilidade que se tem vivido nos mercados nos últimos meses, escreve o BCE. A autoridade monetária fala em “tensões geopolíticas elevadas” e numa “maior incerteza política dado o calendário eleitoral intenso em grandes economias avançadas” — são dois fatores “capazes de fazer reacender a aversão ao risco a nível global e causar um “grave choque de confiança“.

Após um ano que ficou marcado pela votação britânica pelo Brexit e a vitória inesperada de Donald Trump nos EUA, os economistas do BCE estão preocupados com o risco de que “incerteza política mais elevada pode levar a políticas públicas mais focadas no mercado doméstico”, ou seja, mais protecionistas, o que será negativo para o crescimento.

Os países “mais vulneráveis” podem ver-se novamente sob pressão nos mercados financeiros, porque o BCE receia que estas políticas façam com que se adiem as muito necessárias reformas estruturais e a consolidação orçamental”.

No setor bancário, em particular, “continuam a existir vulnerabilidades significativas”, já que as “perspetivas de rentabilidade continuam baixas, um pouco por toda a zona euro, num clima de crescimento económico diminuto”.

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